quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Uma noite de sonhos bons e surpreendentemente de sono bom. ;)

Era para ter sido apenas mais uma noite daquelas sem graça iguais a todas as outras.
Ao longo do dia o peito havia sido massacrado por uma angústia. Ansiava por aquelas letras soltas me dizendo coisas, oras tolas, oras não, mas sempre valiosas.
Como todo o pouco tempo tem sido.
Valioso.
E na hora em que me despedia da angústia. No exato momento em que a seta se encaminhava ao alvo. Onde o sair e fechar seriam o desfecho de mais um dia escandalosamente nublado. Eis que surge em minha janela, ainda aberta naquele instante, o brilho trazido pela lua.

Cativou-me tanto que fiquei a te olhar!
Pulei para o encosto do sofá com o violão no colo e fiquei a te dizer bobagens.

Como seria confortante escutar-te a me desejar uma boa noite de sono e sonhos.
Seria fascinante descobrir o quão doce seria esse instante.
Pois iria deixar de fazer parte do campo imaginário e passaria a fazer parte da realidade.
E como é boa a realidade de poder te ter, não próxima o bastante, mas de te ter!
Foi uma noite encantadora. Demorei para pegar no sono.
Fechava os olhos e como num filme onde a imagem vai se aproximando do personagem que está pronunciando algo, você aparecia.
Sonhava ainda acordado.
Como não haveria de ser a noite então? Sonhos ruins? Esses com certeza passariam longe de mim.
Enfim sonhei.
Não com você. Seria muito fácil, mas não foi com você!
Sonhei com o início de um arco-íris bem em cima de mim. Muitas cores. E resolvi por escalá-lo.
Nossa, a cada passo, a cada subida, mais cansado eu ficava, mas desistir para quê?
"No fim dele há de existir um pote de ouro!"
Continuei. Sou brasileiro. Não desisto nunca.
Quando cheguei no topo, senti que havia vencido bastante. Olhava lá do alto cá para baixo e imaginava que era um dos poucos que havia conseguido tal feito. Mas de que adiantava aquela vista? De que adiantava tanta beleza? Tanta cor? Eu estava só. Precisava compartilhar com alguém.
Pensei no pote de ouro e voltei a caminhar.
"Para baixo, todo santo há de ajudar."
Desci como brincadeira de criança. Um escorregador. Joguei-me de cabeça como quem se atira ao mar. Ao chegar no fim do arco íris não havia pote de ouro.
"Gnomos danados, esconderam-no de mim!"
Sentei-me atônito. Não podia acreditar que não havia nada ali.
Até que veio uma pessoa em minha direção e me estendeu a mão.
Era uma mulher. Veio de jeans. Uma blusinha decotada florida. Tênis. Óculos escuro.
Seus cabelos, mesmo presos, bailavam com o vento.
Fiquei paralisado. Enfim havia encontrado o pote de ouro.

"Ah gnomos! Me aprontaram mais uma!"
E ao retirar os seus óculos, lá estava o brilho do tesouro!

Me encantou.
Acordei entusiasmado.
Decidido a ir atrás do meu tesouro de olhos e olhares cativantes.
Te trarei ao meu lado e te guiarei ao topo daquele arco íris onde nos perderemos em nós.
Mas por enquanto, enquanto ainda é cedo, estarei a aguardar mais "boas noites e bons sonhos" como os de ontem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PAPOS E SUPAPOS

Mi Papos y Su papos!

Popular Posts