segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Até o novo amar.

Era uma pequenina lagarta que vivia a rastejar por todas as folhas que cruzavam o seu caminho.
Se alimentava de todas elas, uma por uma, bem devagar.
Olhava ao céu e imaginava que queria ser como um passarinho.
Que vivia a voar e bem lá do alto só fazia cantar.

Logo imaginou que poderia voar também.
Que poderia ir muito mais além.
Mas se martirizava quando no reflexo d'água se olhava.
Era um bichinho verde e sem graça que a maioria dos outros seres odiava.

Vivia a fugir dos pássaros que dela se alimentavam.
E se esconder dos homens que virava e mexia a caçavam.

Queriam a exterminar.
Queriam a expulsar.

Mas ela não se rendeu.
No meio de um dia daquele puxado.
Num casulo se escondeu.
E no calor e escuro dele teria desacordado.

Lembrava que havia sonhado bastante.
Sonhara que batia asas e cantava.
Nunca havia de esquecer aquele instante.
Até que de repente, enquanto o sono acabava.
Viu se romper o casulo.
E sua vista se iluminava.

Era a luz de um novo amanhecer que chegara.
E trazia consigo toda esperança do que a pouco sonhara.

Foi quando sentiu o primeiro bater das asas.
E descobriu que agora, o mundo era a sua casa.

Poderia voar livre por aí.
Não haveria medo de não sair.

E de verde e sem graça.
Passou a ser a mais bela da sua raça.

Com suas asas da cor do sol.
E uns riscos da cor do mar.
Sentia no calor do novo dia.
Um novo sentido para a palavra amar.

E foi nesse dia, que a pequenina lagarta tornara-se borboleta livre por ai a voar.



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Convido-te a me ver arrasar.

"Outro dia, antes de sair sem rumo, peguei no espelho pensando no que usar. Joguei meu guarda-roupa inteiro no sofá. Desfilei por horas e mais horas semi nua casa afora. Só conseguia me vestir daquele sentimento que não desgrudava de mim, oras pensava ser apenas paixão, daquelas avassaladoras, porém, em outros momentos, era amor. "Mas que diabos é esse tal de amor?!". Procurei a casa inteira a melhor forma de te fazer me enxergar até que tive a brilhante idéia de me pintar. Foi blush pra lá, esmalte pra cá e uma hora e meia depois, estava linda, leve e solta para partir. Escolhi meu melhor salto, meu maior tubinho preto, ou seria o contrário. A essa hora da madrugada, depois de tantas doses de uísque já não sabia muito bem a diferença do alto e do baixo. Todos eram da mesma altura. Olhei-me no espelho e pensei. "Hoje eu vou arras...AHHH!". Ainda faltava algo e as horas não paravam de passar, quando me dei conta, depois de tanto procurar, lembrei-me que faltava um último detalhe para me sentir linda. Virei todas as bolsas que usei durante a semana. Espalhei todos os meus pertences pelo quarto. Revirei tudo e não encontrava. Até que depois recordei-me que. "Acho que ficou com a Maria!". Peguei o telefone em desespero e comecei a ligar, até que a Maria atendeu sonolenta e disse-me que havia deixado o meu batom vermelho na frente do espelho. É, aquele mesmo em que percebi que algo ainda me faltava! Corri até ele, encontrei-o e me pintei. Agora sim estava pronta para arrasar. Foi quando olhei o relógio e me dei conta de que você não iria mais passar para me pegar, que havíamos terminado a relação a mais de um mês e que todas as sextas feiras eu mantinha o mesmo ritual esperando o seu retorno. A Maria então chegava todo sábado pela manhã, arrumava a minha bagunça, me colocava na cama e sempre reclamava comigo. "Você ainda não entendeu que não terá mais volta?". E no sábado a rotina da semana recomeçava. Assim era a minha sexta feira a noite. Cheia de amor e ao mesmo tempo tão só. Queria te dizer que eram assim todas elas desde o dia que me largou, pois hoje é sexta feira, estou deixando essa carta com o porteiro caso você chegue para me buscar, só para te informar: 'Hoje é o meu dia de voltar a arrasar!' ." 

PAPOS E SUPAPOS

Mi Papos y Su papos!

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