Num sabiam ser era grito ou a zuada dum avião
Mas era alguém com uma pechêra
Pedindo liberdade
Pro povo da cidade
Dizendo que num guentava sofrê mais não.
Contavam os moço mais vivido
Que era um brado forte
Que veio lá do norte
Montado num jeguin sofrido
Com a sua pechêra estendida
Um sujeito tal de Zé Valente que veio pela gente
Atrás de uma tal de sorte.
E lá trás daquele sujeitin
Um sol forte com raios fúlgidos na cabeça
Brilhava iluminando o novo mundo?
Mais parecia um oásis aquele mundão de concreto
Pra quem donde veio num via nem teto
E descendo pelas bêra daquele movimento
Era luz branca vindo e as vermelha indo
Os jegue dos ôtro cabra tudo fazendo zuada
Perguntando se era palhaçada
Aquele sujeitin de jeguin andando fora da calçada
Por nunca ter visto tanto cimento
Então uma sinhá o parô
Vestida parecendo do cangaço
Miro os óio do sujeitin e só faltô jogá o laço
- Tá fazendo o que por aqui homem do mato?
Foi o que ela quis dizê
Antes de dispará o tapa que o derrubô.
Então o Zé Valente se alevantô
E meio se debruçando nos carcanhá
Tentô começá falá
Quando aquela bendita sinhá
Cum ôtro golpe o derrubô
O Zé deixô de sê valente
Se aprumou no seu jeguin
Saldô a sinhá com um xauzin
Abaixô as orêia e a cabeça
Desistiu da sua sorte
E voltô pra sua gente
Lá onde o Zé se esconde
Donde o povo vai ser tirado
Pelo povo do cangaço(senado)Pra matá o Xingú
A vontade é de mandá
Todo mundo toma no ...