segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A grande verdade...

A grande verdade é que não sei mais me apaixonar.
Não sei mais rir e chorar.
Não sinto mais as pernas tremerem, as mãos com aquele suor.
O coração não para, não dispara, não altera.
Se sinto falta?
Não sei responder.
Sei que as vezes sinto que me transformei.
Alguns dizem que num monstro.
Mas me transformei.
Na verdade me blindei.
Me sinto fechado para balanço por tempo indeterminado.
E não balanço por nada mais.
Sinto a solidão a me afetar sim, em muitas vezes.
Mas, logo depois, toda aquela força me toma novamente, e me sinto outra vez blindado.
Tenho sido um canalha, admito. Mas sou um canalha sincero.
Não uso ninguém, não me aproveito das situações.
Em todos os momentos tenho sido honesto com as pessoas que se aproximam.
E repito para mim e para todos que se aproximam de mim: "Eu não presto."
Isso tudo tem explicações plausíveis.
Essa tendência a me entregar a vida alheia, a esquecer da minha.
Sempre fui assim. Sempre agi assim.
Me relacionava, me entregava de corpo e alma à vida da companheira, e no fim, desmoronava.
Sina?!
Sim.
Então me blindei. Não quero isso novamente. Não quero isso de "para sempre".
E de uns meses para cá, tem sido exatamente assim.
Até já arrisquei umas tentativas de esquecer a blindagem. Me machuquei antes mesmo de começar a me apaixonar.
Cansei.
Hoje estou cá, cansado, enjoado de olhar nos contatos e pensar que poderia ter dado certo.
Sinto falta, mas não quero mais.
Quero seguir em frente.
A sina agora é seguir só.
E antes que pensem e citem que "ninguém é feliz sozinho".
Eu digo, posso não estar feliz, mas ser feliz, serei sempre!
Boa noite.

domingo, 22 de setembro de 2013

Ainda secreto!

Os olhos brilharam ao te ver.
Sensação estranha para quem há pouco tempo não queria isso...
Mas espera, novamente esse início?
Algum tempo se passou e aconteceria tudo novamente?
Não. Dessa vez não. Então recomecemos.
Os olhos brilharam sim ao te ver.
Uma sensação estranha de um reencontro com ares de primeiro encontro.
E no percurso os olhos iriam olhando-se.
Os dedos iam vagarosamente se encontrando.
Buscávamos em alguns lugares o lugar ideal para o tal milagre acontecer.
Mal sabíamos que ele já vinha acontecendo há tempos.
E de repente, em meio ao trânsito, eis que todo o passado foi posto a tona.
Tremi.
Encontramos um lugar que iria testemunhar tudo o que aconteceria, um lugar que foi escolhido a dedo por quem nos guiou próximos (mesmo distantes) até hoje.
Seus olhos continuavam a convidar e o seu sorriso persistia em encantar.
E lá, eu só conseguia sorrir e te admirar.
Nos despedimos com a certeza de que em breve nos veríamos.
Mas, o breve, não me era suficiente.
E na primeira oportunidade, corri ao teu encontro.
Mudamos os papéis. Dessa vez, o teu abrigo acolheu-me.
No teu colo me deitei, me senti confortável, seguro.
Continuo acreditando que mereces ainda mais do que qualquer um possa tentar te oferecer.
Merece atenção, carinho, respeito...
Não repetirei que qualquer um serei eu então.
Não dessa vez.
Dessa vez serei apenas quem te estende a mão e te acaricia enquanto vira para o lado e tenta dormir.
Serei apenas quem fica te olhando no escuro. Te enxergando na ponta dos meus dedos quase como um ritual em braile.
Afinal de contas, já havia decorado cada curva do teu corpo. Lembra? Estavam em mim como tatuagem.
Agora ficou em mim o teu cheiro e com o tempo vou guardando cada vez mais um pouquinho mais de você.
Anseio novamente por novos momentos...nossos.
Ontem, ao partir, fechei por segundos os olhos e senti...
No ar...
Um cheiro de milagre a se realizar.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A nossa porta.

Quando ela ainda está entreaberta e as pessoas que passam lá por fora ainda podem parar para espionar tudo o que acontece lá dentro sempre fica a possibilidade de alguém tentar entrar para te ajudar ou até mesmo para se intrometer em algo que não lhe diz respeito.
Mas mesmo assim, algumas pessoas insistem em que ela permaneça sempre assim, encostada.
Talvez por medo de se trancar do lado de dentro e não mais conseguir sair.
A verdade é que eu sempre a mantive fechada, por mais que você não acredite. Nunca a abri, não tive essa intenção, pois dentro dela estavam tudo o que eu precisava.
Estávamos nós.
Agora?
Ela está ainda fechada. Algumas pessoas insistem em bater.
Eu olho pelo olho mágico e quando percebo que não é você, insisto, teimo, mas não abro.
Ainda espero ouvir o som da fechadura se abrindo e por trás dela surgir você novamente.
Espero surgir o nosso sorriso outra vez.
Não faço questão mais de ver o que acontece do lado de lá.
Não tenho a menor curiosidade de onde você possa estar caminhando, ou até mesmo se encontrou outra para abrir e se trancar por dentro.
Sento-me e espero.
Me fazem companhia o meu violão com as nossas vozes desafinadas, o nosso filho que nesse momento está deitado ao meu lado no seu lugar da cama e todas as nossas lembranças.
Respiro fundo.
Tenho me alimentado dos nós da minha garganta já que nada mais passa por ela.
A situação não está confortável, mas já foi pior.
Se hoje apenas engulo os nós, e tento digerir que não há mais de nós, antes eu não conseguia nem pensar assim.
Então, se você ainda me lê, a chave está embaixo do tapete.
É só encontrá-la e abrir novamente.
Serás bem recebida como sempre foi.
E nos dizeres do tapete estará a frase:
"Nosso lar."
Entre sem bater, entre com sorrisos!
Te aguardo.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Quer entrar?

Olá.
Esse sou eu. Muito prazer.
Um cara simples, que gosta de ajudar a todos o tempo todo e não busca nada em troca.
Que senta para tentar curar com sorrisos as lágrimas dos outros, mas que no fundo, não consegue conter as suas próprias.
Um sujeito que de tão simples, acaba se tornando composto.
Composto por agonias, tristezas e, não se espantem, medo.
É...
Aquele homem que saiu de casa para se aventurar sozinho em outros tantos cantos.
Que se diverte com tudo o que pode se divertir, mas que certa hora sucumbe.
Senta num canto qualquer e desaba.
As lágrimas internas não param de vazar. Os temores passam a se tornar tremores e logo se fica evidente que há algo de errado.
Aquela que o acompanha desde os três anos de idade acaba por gritar de dentro do peito para fora.
Deixa a respiração ofegante, os olhos esbugalhados e as bochechas levemente roxeadas.
E tudo acaba embrulhando com o nó na garganta.
E sobe pelas narinas até entre os olhos e o faz gemer de dores.
A noite gélida sem alguém por perto para acalentar faz com que se intensifique cada vez mais os sentidos.
E de longe, deitado no pé da cama, o seu único e fiel companheiro boceja já acostumado com a mesma cena diariamente.
Então repito.
Olá!
Esse, sou eu!
Será que ainda será um "muito prazer"?
Ou depois dessa descoberta você sairá correndo imaginando o problema que é me conhecer?
Pois as minhas agonias, tristezas e medos não irão desaparecer.
Você pode até as fazer diminuir, mas sempre irão viver dentro de mim.
Basta o primeiro deslize e elas voltarão a surgir.
E quem sabe se você irá aguentar, só você para responder!
Então, já que está aqui.
Entre, senta, escuta umas canções desafinadas do meu violão. Umas histórias sem pés nem cabeça da minhas ilusões. Beba um pouco do meu pequeno e fútil conhecimento. Tente se divertir.
Pois depois, quando você for embora, serei novamente eu e o meu fiel companheiro.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Teimosia

"E a porta que teima mais em não se abrir sozinha!
A cama teima em permanecer gelada.
E os cantos todos da casa teimam em permanecer vazios.
O olhar no espelho do banheiro teima em continuar sem graça.
Os banhos teimam em ser cada vez mais rápidos.
A teimosia da toalha rosa de não querer sair do box também continua.
E o cheiro doce do travesseiro continua teimando em entrar pelas minhas narinas.
O caminhar na rua teima em ser sem sorrisos.
E os filmes no cinema teimam em não ter mais emoção.
Por fim, eu, teimo em não querer te esquecer!"

quinta-feira, 28 de março de 2013

"...and now starts my own life..."

Cheguei perdido com a intenção de vingar.
Por alguns momentos até acreditei que daria certo e, mesmo desacreditando, deu.
Novas pessoas, novos horizontes, novas possibilidades.
Com o tempo foi dando certo, foi acostumando, foi ficando.
Mas como não sou de fincar raízes, cá estou eu pronto para uma nova retirada.
O mundo não pára para pensar, ele continua a girar o tempo todo. E tempo é o que menos me resta no momento.
Quando te vi partir, fiquei assustado, fiquei sem chão e resolvi que era hora de vir também, não por minha causa, mas por sua causa.
E agora, ao perceber que se vai novamente, resolvo que não é mais hora de ficar aqui. Não voltarei por ti, mas por mim. Vim, ajudei no que pude. Por muitas vezes com o que não pude também e, é certo que em muitos momentos acabei por atrapalhar.
Certas horas até pensei que nosso amor não aguentaria.
Em outras tantas, parecia ser o mais forte do mundo.
Mas não aguentou. Ou será que aguentou?
Ele ainda é uma incógnita na minha cabeça, mas resolvi escutar a razão dessa vez.
Volto não por nós, não por você! O que eu tinha de fazer, creio que fiz. Cumpri o meu papel e, por mais que seja difícil de aceitar, em todos os momentos, bons ou ruins, eu estava lá.
Agora é por mim.
Será o meu momento.
Se estiveres do meu lado ainda, serás muito bem vinda. Caso o contrário, muito obrigada por toda experiência vivida.
Cá neste cantinho de mundo que conheci deixarei inúmeras amizades, maiores ainda as saudades, e a certeza de que, se tiver que voltar, muitas pessoas estarão por aqui.
A pretensão agora é o mundo, é voar.
E já cansei de me fazer essa promessa e de não sair do lugar.
Então aqui é o basta, foi o último tiro pelos outros, agora é o meu tiro certeiro.
Agora começa a minha vida.

terça-feira, 19 de março de 2013

Perdido.

Não consigo mais escrever...
Não tem mais vírgulas nem pontos.
Todas as preposições, suposições, se perderam no caminho.
E o meu avesso ficou sem verso.
Ou será o contrário?
Sem sentido. Se sentindo. Sem.
Vazio.

Nada mais me leva a você.
As memórias parecem apagadas.
E tudo aquilo que havia salvo no hd externo se foi.

Perdi as risadas e as lágrimas.
Perdi a graça, perdeu!

Nos olhos nada mais do que os olhos.
No espelho nada mais do que uma imagem envelhecida dos sonhos que ficaram para trás.
Sem chão.
Sem pão nem água.
Sem são.

Os laços, os nós, o eu.
Sem nada.
Sem prosa verso ou caminhada.
Mochila empoeirada.
Barraca desmontada.
Se já fui bravo, hoje não mais.
Um completo e total abandono do que pensei um dia ser.
E de tudo o que fui o que foi de melhor ficou na estrada.
E hoje? E o amanhã?
Preparar, apontar...
Fô...lego...
Me falta ar.
Me falta.
Me.
.do.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vai...

"Vai.
Pega a tua mochila agora.
Joga todas as tuas coisas mais importantes nela e some.
Deixa tudo para trás.
Lembra que as tuas asas estão ai em algum lugar.
Você só precisa voltar a pensar em você.
Esquece tudo e todos ao seu redor.
Concentra naquilo que te dá forças para seguir.
Ou seja, Você!
Então vai.
Apaga a memória do teu computador.
Deixa somente o que é importante de lembrar.
Faz aquela seleção do que te faz sorrir.
O resto? Ctrl + Shift + Delete
Para não correr o risco de querer recuperar novamente.
Já está na hora do último basta.
Daquele onde você se ergue e pisa forte no chão.
Tipo o último suspiro antes do fim.
Se orgulhe de você e esqueça até dos que também fazem isso.
É hora de seguir em frente.
Hora de mostrar que você só precisa de você.
E se no meio do caminho alguém novamente quiser lhe sorrir.
Sorria de volta mas não pare de caminhar.
Você já fez isso muitas vezes e olha onde você está.
Sempre parado no mesmo lugar.
Vai.
Sai da minha frente e não volta mais.
Não quero te ver nem pintado de ouro.
Nem pintando ouro.
Quero saber que você apenas segue o teu caminho.
Sorrindo.
Fazendo o que você sabe fazer melhor.
Fazendo o que você gosta de fazer.
Esquece os tropeços.
Esquece as lágrimas.
Esquece...
Nada de sol, de lua, de mar, de estrela.
Esquece os contos, as fadas, princesas.
Nada de nada. Esquece tudo.
Levanta o nariz, não olha pra trás.
Vai."

E lá se foi, sem olhar pra trás, sem deixar vestígios e nem pegadas.
Foi, sem direção, sem rumo.
A certeza de que foi pra nunca mais voltar.



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Desabafo.

É pedir muito?
Um abraço com vontade de ser abraçado. Um cinema de mãos dadas como real namorado?
O tempo passou e as pequenas coisas se perderam no espaço vasto do dia a dia.
Aquela vontade de sair caminhando a noite na beira da praia, sentindo a brisa que vem do mar beijar os nossos beijos.
A vontade de deitar embaixo do cobertor e sentir teus pés gelados tentando se esquentar nos meus.
É pedir muito?
Sair por ai, sem ter pressa de chegar, sem ter destino...
Sair por sair.
Chegar em casa e receber o teu sorriso. Sentir saudades só de ter ido na esquina comprar pão e demorar um pouquinho mais por ter encontrado alguém e ter ficado batendo papo.
Então...é pedir muito?
Querer dividir as alegrias e as tristezas?
Querer apenas deitar no colo e ficar junto a noite inteira, quietinhos.
Dividir músicas, lembrar de canções no violões.
Receber sorrisos ao invés de olhares recriminadores?
Sentir reciprocidade no que tento oferecer.
Se for pedir muito, peço que o tempo corra pra frente mais rápido, pois não estou mais aguentando.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Estando sem estar.

Venho estando aqui sem estar.
A vida tomou direções opostas, diversas, dispersas.
Fecho os olhos e não paro de viajar.
Estou lá, acolá, mas nada de cá ficar.
Queria na verdade estar presente.
No presente.
E antes que pensem, não estou no passado nem no futuro.
Estou perdido em algum ponto secreto dessa linha do horizonte.
Nas entrelinhas tortas da vida.
Sem eira nem beira.
Sem rumo nem prumo.
Sem nem os pés no chão.
Apenas deixando os ventos me levarem para onde as suas direções forem.
E enquanto sem rota eu permanecer, continuarei estando aqui sem estar.
Sem nem ao menos respirar.
Pensamentos voando por ai.
Dores físicas vivendo por aqui.
Escravo de mim mesmo, sem que eu mesmo saiba o que mandar eu fazer.
Confuso. Recluso.
Escondo. Sumo. Fujo.
E nessas fugas, descubro.
Continuo estando sem estar.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sem fim não há título (6ª parte - talvez o final)

Os anos se passaram.
A distância só fez crescer.
A batalha do jovem guerreiro demorara demais. Os sonhos da Lila voltaram-se a outro soldado.
Lá de longe ele mantinha os olhares sobre a jovem. Mantinha em segredo o desejo de mandar um recado.
A saudade machucava mais do que as feridas das batalhas que passara.
E nem quando estava entre todas as trincheiras sob tiros de rifles o jovem guerreiro conseguia se esquecer do que havia prometido tempos atrás: "Eu volto em breve minha princesa, volto para você, volto para vocês, para que o nós esteja novamente completo."

E não esquecia das palavras da Lila, de quando se conheceram, de tudo o que viveram.

Não esquecia do brilhar dos olhos. Das balas roubadas. Das fugas ensolaradas. Da promessa que a Lila havia feito ao amigo Carlos na noite em que se conheceram.
O jovem soldado não se esqueceu de nenhum de todos os momentos em que estiveram juntos.

"Era notório o sentimento puro e sadio do jovem soldado pela senhorita domadora de fogo.
Era alma, era brilho, era chama.
Era uma nova era na vida dele. Era simples.
Era, simplesmente, amor. "

O tempo não destrói. O tempo não apaga. Pode modificar, pode camuflar, mas logo volta a brilhar.
Tempestades não duram para sempre.

"Ah Sol, fazes tanta falta quando parte. Recordo-me do seu sorriso, das suas palavras. Sentiria minha falta quando eu partisse. E hoje cá estou eu, solitário, aguardando o teu brilho novamente."

E aquele choro que não queria calar. Aquela vontade que não queria cessar, ficou muito mais branda quando, de repente, uma música ecoou no fim do corredor.
Era alguém que cantava que vinha para o escutar, que vinha para o acalmar.
E como na canção, vinha para cumprir uma promessa.
Vinha para provar que não precisaria se afastar para proteger o jovem soldado.
Que estaria ali para sorrir e para chorar também.

E de lá. Da maca, deitado naquele canto do quarto, o soldado completava a canção dizendo:
"No seu abraço eu sou forte, eu sei ser!"

O encontro ainda não havia acontecido. O encontro nem iria acontecer.
O jovem mandou cartas, mandou mensagens por pombos correios. Os seus superiores tentaram contactar a jovem Lila, que recusara todas as investidas. Aparentemente deixara de sofrer com a distância, distanciando-se do sentimento.

Eis que surge um comentário em um momento antigo que não sai do pensamento:
"Esta Lila tem sorte, de ter um alguém, de ter um Sol como este para se guiar e admirar embora que em tão pouco vocês irão se afastar fisicamente.

e desculpa, comentar passiva de tudo.

A Aurora nos aguarda."

Que nos aguarde então. Pois ele, o jovem, aguarda ansioso ainda esta Aurora chegar.
Mais um amanhecer a chegar e, como em todos os outros, ver o sol despertar para aquecer o dia, é a melhor sensação que o jovem soldado poderia ter.
É a sensação de que diariamente o sol nasce e continua a vida, mesmo que lá longe, mesmo que sem aquecer, ele brilha, e isso, apenas isso, é suficiente para o fazer sorrir novamente.

"Que continue brilhando, pois de cá, distante, irei te acompanhando! Amo você sol meu."





quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Mulheres...


"Um ser insuportável. Normalmente, em sua grande totalidade, são chatas, pegajosas, irritantes, enjoadas.
Reclamam de tudo e de todos, principalmente de todas, basta que qualquer outra apareça por perto de você que o sensor de ameaça delas se ativa automaticamente e, sem pestanejar, é em você que elas descontam todas as desconfianças e despejam todos os pontos negativos da ameaça.
São fofoqueiras por natureza, até as que dizem que não são. Sim! Vocês são.
Estão sempre na tal da "tê pê eme" e, mesmo que não estejam, tudo acontece porque o tal período está se aproximando ou porque o tal acabou de ir embora.
Passam horas a fio reclamando de si mesma tentando de qualquer jeito nos arrancar um elogio.
Se chamam de gorda, magra, esquelética, baleia, ou seja, nunca estão satisfeitas com nada.
Se querem um doce e você dá, aquele doce é muito doce e vai fazer ela ficar mais gorda ainda, mas se você nega dar um doce e chama para um lanche saudável, elas cismam em perguntar se estamos chamando elas de gorda.
Vocês tem noção de que vocês sangram, no mínimo, 5 dias por mês durante ao menos uns 40 anos e nem por isso morrem?
Isso sim é pacto com o Belzebu.
Se você as trata bem, elas te desprezam. Se você passa a ser um pouco mais frio com elas, você se torna o pior ser da face da Terra e a chantagem emocional começa.
E mesmo com tantos contras o que seríamos de nós homens se não existissem vocês mulheres para nos carregar no ventre durante uma gestação? O que seríamos de nós homens na hora de correr no colo de vocês para chorar a primeira decepção amorosa ou a primeira derrota no futebol na escola? O que seríamos de nós homens sem pode olhar para trás e ver que uma grande mulher nos fez um grande homem e que o momento agora é de dar as mãos a outra grande mulher que dará luz e vida a outro ser? Odeio as mulheres, odeio tanto que não consigo deixar de amá-las!"

Flávio Catão.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Loucos Fiéis

O jogo começaria no dia doze pela manhã, porém lá pelas tantas da noite do dia onze já haviam gritos ensurdecedores por todos os cantos da cidade, mal imaginariam os "seres normais", cidadãos comuns como eu, que esses gritos somente parariam lá pelo fim do mês.
E os cânticos que não saem dos ouvidos, depois das memórias, e assim foi rendendo noite adentro.
Mal amanheceu o dia e lá estavam bandeiras passantes nas calçadas, os legítimos donos das ruas.

No apito inicial era clara a tensão em alguns olhares, clara também a fé de cada um presente.
Gritos, palmas, vaias, tudo fazia parte da coreografada melodia.
Um misto de ansiedade com desespero pairava no ar, em muitos momentos notava-se isso, porém sempre existia uma quebra de silêncio, sempre um incentivo, como se do outro lado da tela desse para escutar o que de cá gritavam todos.
A sintonia era tão grande que, o que se cantava na arquibancada do outro lado do mundo, se ouvia aqui, sendo cantado no mesmo tom, no mesmo ritmo. Um coral que quebra a barreira da distância.

Algo parecido com o sentimento pelo clube.
Tatuagens mostram tamanho fascínio, tamanha adoração.
As lágrimas que rolam por uma simples (complexa) defesa do goleiro ou por uma bola rebatida na defesa.
Até quem não está aqui para torcer termina por se contagiar e no íntimo acaba por torcer também.
Volta, respira...

Uns com figas incansáveis e outros com batimentos cardíacos incontroláveis, enquanto outros apenas com olhos fixos sem ao menos dar a eles o direito de piscarem, cada um a sua maneira, cada um ao seu modo louco de se mostrar fiel.
E de repente o gol. Era apenas o primeiro gol, o único do primeiro jogo.
O primeiro a elevar ainda mais a confiança de cada um desses insanos.
No fim, no último apito. Suspiros, alívio.
Gritos, lágrimas, sorrisos, abraços...

Foi assim durante os quatro dias que se seguiram.
Lembranças a cada instante. Incertezas? Medo?
Nem um pouco. Isso ficou por conta de quem não fazia parte daquele hospício.
Enfim soou o apito inicial do fim.
Soaram as vaias, os apitos, os fogos.
Suaram as mãos, os rostos, os olhos.

Gols?
Sim. Alguns quase gols.
Todos evitados pelo monstro.

Enquanto a bola insistia em ir em direção as pernas, as mãos, ao corpo do goleiro.
Do lado de cá do mundo as mãos iam em direção uma a outra, depois em direção a cabeça, os olhos saltavam e, vez ou outra, o cântico explodia, porém por poucos e raros instantes.

Pois logo voltava a rotina...

Aspira, segura a respiração, engole seco, arregala os olhos, suspira, respira fundo, grita, canta, bate palmas.

Volta tudo ao começo novamente.
A dança dos desvairados.
"Uhhh... Vai vai... Sai zica... Chuta chuta... Pega pega... Tira tira..."
Aplausos.

O último apito antes do fim surge.
O tempo parece passar cada vez menos.
Os nós nas gargantas de cada um parecem aumentar cada vez mais.
Até que em um único e breve momento, os brilhos nos olhos, as lágrimas escorrem, os gritos se soltam mais altos.

Eis que surge entre um bando de loucos, um guerreiro capaz de fazer explodir o mundo inteiro de alegria.
O mundo parou.
Por alguns segundos, deixava de ser mundo e se tornara hospício, um hospício alvinegro.
A tensão perdurou firme e forte até o mais esperado último ato de um juiz.
As unhas se acabaram, os dedos apertados por figas não queriam mais desgrudar, o peito que antes não parava de saltitar agora já não mais tinha reação.

O dia em que o mundo parou, o dia em que os hospícios abriram as suas portas, o dia em que os fiéis carimbaram o selo de loucos.

Loucos fiéis.

PAPOS E SUPAPOS

Mi Papos y Su papos!

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