sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sem fim não há título (6ª parte - talvez o final)

Os anos se passaram.
A distância só fez crescer.
A batalha do jovem guerreiro demorara demais. Os sonhos da Lila voltaram-se a outro soldado.
Lá de longe ele mantinha os olhares sobre a jovem. Mantinha em segredo o desejo de mandar um recado.
A saudade machucava mais do que as feridas das batalhas que passara.
E nem quando estava entre todas as trincheiras sob tiros de rifles o jovem guerreiro conseguia se esquecer do que havia prometido tempos atrás: "Eu volto em breve minha princesa, volto para você, volto para vocês, para que o nós esteja novamente completo."

E não esquecia das palavras da Lila, de quando se conheceram, de tudo o que viveram.

Não esquecia do brilhar dos olhos. Das balas roubadas. Das fugas ensolaradas. Da promessa que a Lila havia feito ao amigo Carlos na noite em que se conheceram.
O jovem soldado não se esqueceu de nenhum de todos os momentos em que estiveram juntos.

"Era notório o sentimento puro e sadio do jovem soldado pela senhorita domadora de fogo.
Era alma, era brilho, era chama.
Era uma nova era na vida dele. Era simples.
Era, simplesmente, amor. "

O tempo não destrói. O tempo não apaga. Pode modificar, pode camuflar, mas logo volta a brilhar.
Tempestades não duram para sempre.

"Ah Sol, fazes tanta falta quando parte. Recordo-me do seu sorriso, das suas palavras. Sentiria minha falta quando eu partisse. E hoje cá estou eu, solitário, aguardando o teu brilho novamente."

E aquele choro que não queria calar. Aquela vontade que não queria cessar, ficou muito mais branda quando, de repente, uma música ecoou no fim do corredor.
Era alguém que cantava que vinha para o escutar, que vinha para o acalmar.
E como na canção, vinha para cumprir uma promessa.
Vinha para provar que não precisaria se afastar para proteger o jovem soldado.
Que estaria ali para sorrir e para chorar também.

E de lá. Da maca, deitado naquele canto do quarto, o soldado completava a canção dizendo:
"No seu abraço eu sou forte, eu sei ser!"

O encontro ainda não havia acontecido. O encontro nem iria acontecer.
O jovem mandou cartas, mandou mensagens por pombos correios. Os seus superiores tentaram contactar a jovem Lila, que recusara todas as investidas. Aparentemente deixara de sofrer com a distância, distanciando-se do sentimento.

Eis que surge um comentário em um momento antigo que não sai do pensamento:
"Esta Lila tem sorte, de ter um alguém, de ter um Sol como este para se guiar e admirar embora que em tão pouco vocês irão se afastar fisicamente.

e desculpa, comentar passiva de tudo.

A Aurora nos aguarda."

Que nos aguarde então. Pois ele, o jovem, aguarda ansioso ainda esta Aurora chegar.
Mais um amanhecer a chegar e, como em todos os outros, ver o sol despertar para aquecer o dia, é a melhor sensação que o jovem soldado poderia ter.
É a sensação de que diariamente o sol nasce e continua a vida, mesmo que lá longe, mesmo que sem aquecer, ele brilha, e isso, apenas isso, é suficiente para o fazer sorrir novamente.

"Que continue brilhando, pois de cá, distante, irei te acompanhando! Amo você sol meu."





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