quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um segundo.

Noite gélida sem teu beijo.

Lua escondida por dentre as nuvens.

Lá distante se vai.

Um lenço a abanar.

Como em tom de despedida.

Tom maior ou menor.

Cheio de magia.

Sustenidos, bemóis.

Tom sem som.

Toques sem tatos.

Apenas suspiros.

Respirações forçadas nos ouvidos.

E sem pesares peso meu sentimento.

Divido-o em casas.

Forço as escalas.

Descubro teu suspiro novamente.

É assim.

Sim.

Um piscar de olhos.

Tua ausência.

Um segundo sem ter.

Uma nota a se tocar.

Uma pausa que não existe.

Uma canção que recomeça.

O piscar se torna refrão.

Repentino.

Refém, te digo.

Sim.

É assim.

Um segundo a te tocar.

Os olhos cerrados.

Sem suspirar.

Um último pedido.

Para com isso.

Sem pausa.

Contínuo.

O sentimento não para.

A voz não cala.

A música não desafina.

O toque se toca.

E é assim.

Sim.

Um segundo a pensar.

Mais um segundo a te amar.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Saudade (Aos céus)

Tudo me lembra teu sorriso.

Era lindo demais me pintar e te fazer sorrir.

Mais bonito ainda quando me dizia o quão maluco me achava,

Mas mesmo assim, comigo e minhas peripécias, ainda babava.

Era tão bom sair contigo de braços dados.

Sentia-me imponente e forte.

O teu apoio.

Enquanto, na verdade, era em você que me apoiava.

Importante eram as vezes em que eu escutava sua voz dizer,

Que era eu o seu mais recente amigo verdadeiro.

Isso até hoje acalma minhas ansiedades.

Meus caprichos são caros, mas o maior deles não tem preço.

Meu amor por você, pela família e por um sol que me ajuda a superar tudo,

Esses caprichos não têm preço.

Era com capricho que te escutava,

Com respeito te entendia.

Hoje entendo o que dizia sobre estar entediada comigo.

Estou assim, entediado como você estava.

A cabeça borbulha pensamentos, vontades.

Mas os braços parecem não querer acompanhar.

Agora me peguei pensando que queria me ver “alguém” um dia.

Que não fosse um doutor da medicina, que fosse ao menos um doutor do sorriso.

Pois sorrir é a essência de viver bem.

Pois bem, sorrio como me ensinou até os teus últimos momentos.

Com brilho nos olhos te guardo no peito.

E a mente, remete a saudade.

A saudade, mesmo apertada no peito, remete a esperança.

Um dia te verei novamente.

Nossos sorrisos se encontraram novamente.

E com ou sem pintura, te mostrarei que, sim, fui alguém,

Que nem a senhora (sim! Senhora, pois agora estás enfim no céu) me ensinou.

Alguém que, sendo ou não doutor, é o que é.

Sem máscaras.

Um alguém real, que ama, chora, sorri, vive!

Saudade boa. Saudade real. Saudade que sorri e chora. Pura.

Agradeço.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Medo! Tolo!

É algo que não se explica,
querer?

Algo ainda não se aplica,
perder?

Medos, tolos.

Observo perante ao mar o seu balançar.
Teu caminhar me leva com ele onde ele vai.

Meu olhar se perde.
Me perco em lágrimas.

Medos, tolos.

Solenes são os seus momentos à minha vista.
Me pego sem pensar, a pesar.

De frente a parede.
Me prendo ao imaginar-te.

Medos, tolos.

Queria sorrir teu sorriso.
Me pego olhando nos seus olhos.

De frente a você.
Me construo em amar-te.

Medos? Tolos?

Medos sim, mas tolos não.
Te perder é, no momento, algo a não se pensar.
E não pensar é entregar-me.
Me ponho em suas mãos.
Me entrego a te amar.

Medo! Não me deixe tolo!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tempos de Sol

Era certo tipo de infidelidade do tempo comigo.
Ele costumava passar e não deixar rastros.

Não dizia boa noite e se queixava de tudo o que eu fazia.

Era uma inquietude com as minhas escapadelas.
Ele costumava escapar de mim sempre.

Não dizia nem boa noite e sempre escapava.

Era tão só quando eu estava por perto.
Ele costumava deixar a solidão demorar mais para passar.

Não dizia nem boa noite para me deixar mais só ainda.

Era tão, tão...
Ele costumava...

Não dizia...

Mas agora ele é tão, tão generoso.
Agora ele caminha lado a lado comigo.

Diz boa noite todos os dias, pois a certeza de que pela manhã ele voltará a brilhar não para de crescer nunca.

Sol meu!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cotidiano

Essa semana ocorreu um fato engraçado.

Conheci umas pessoas de uma cidadezinha distante. Um sotaque engraçado, um certo “oxente”.

Nós saímos para passeios turísticos, daqueles que sempre fazemos quando chega alguém pra te visitar, daqueles que normalmente são chatos, mas que você faz de tudo para melhorar.

Fomos a pontos turísticos, mas nada foi tão interessante quanto a ida ao shopping.

Primeiro nós saímos de casa as 19:50 para tentar assistir um filme que começaria as 20:30. Tudo bem, até havia tempo para chegar, mas, não contávamos em encontrar tanta criança reunida em um único local.

Afinal, o que está acontecendo com os pais de hoje em dia? No meu tempo de criança, cinema era coisa rara, e quando eu ia ao cinema era na matinê, tipo, sessão das 15 horas.

Hoje não! O cinema com lotação máxima esgotada para um filme de animação para crianças as 20:30 e também as 21 horas. Ou seja, ou as crianças mandam nos pais hoje em dia, ou as crianças reprimidas de antigamente como eu, resolveram invadir o cinema no horário em que não podíamos ir anos atrás. Mas ao avistar tanto pirralho correndo de um lado para o outro, prefiro acreditar na primeira opção.

Tentamos adivinhar o horário desse mesmo filme no cinema próximo ao que estávamos. Decidimos ir o mais rápido possível para lá. Ao chegarmos, a surpresa, a sessão havia acabado de começar (20:55), mas que diabos! Porque números quebrados? Porque 1,99 se você nunca recebe 0,01 de troco.

Olhamos o horário da próxima sessão e mais uma surpresa, próximo horário, uma hora depois, 21:55. Desistimos novamente do filme e resolvemos ir andando até a casa.

O caminho de volta foi divertido.

“Não tem perigo voltar andando a essa hora não?” – me perguntou a visitante moradora da cidadezinha do interior.

“Claro que não, vai passando o relógio ai, e o celular também. É melhor manter eles comigo.” – precisavam ver a cara com que ela me olhou!

Após dizer que era brincadeira ela tentou me assustar, e conseguiu.

Tudo o que se faz na cidade dela, é resolvido na violência. A velha história daquele velho dito popular. “Aqui se faz, aqui se paga!”

Só não imaginava que isso se aplicaria a objetos e a você mesmo.

Ela me disse que o povo na cidade dela tem mania de falar batendo nas coisas.

“Olha mãe, um cachorrinho!” – da uma porrada no cachorro.

“Caim Caim Caim!” – sai o pobre coitado correndo.

“Que lindo filho!” – porrada no muleque.

Ela ainda me contou que tem mania de bater palmas quando está falando no telefone.

Imaginem a cena.

“Alô!” (clap clap clap)

“Oi amor!” (clap clap clap)

Me peguei pensando em como as pessoas andam, falam no celular e batem palmas ao mesmo tempo. Tipo, celular no ombro e na orelha, suspendendo o ombro para pressionar o celular contra o ouvido e assim, mãos livres para as palmas.

Está achando isso estranho? Imagina no banheiro, o celular toca, a pessoa atende, e, palmas, mas onde deixar o celular? Vai apoiar na perna e o celular cai dentro da privada.

“Oh amor, desligou o telefone na minha cara e não atendeu mais depois. O que houve?” (porrada nele).

“Fiz merda!” (clap clap clap)

Passa o cachorrinho! Bicuda nele! “Caim Caim Caim”.

E quer mais? Quando eles não encontram no que bater, eles se batem.

Isso mesmo. Quer descobrir se a pessoa é daquela cidade, repara se ela tenta te dar uma porrada, ou se ela mesma se bate. Se a pessoa fizer isso, pode ter certeza de que é dessa cidade.

Eu achei estranho, mas me lembrei de uma cena que me fez acreditar nela.

Um jogador de futebol, famoso, nascido na tal cidadezinha, participando de um jogo da seleção brasileira, momento solene. Hino nacional tocando, jogadores perfilados cantando, uns com as mãos para trás, outros com uma delas assentada no peito, e esse jogador em especial, se esmurrando no peito.

Das duas uma, ou ele estava fazendo uma auto massagem cardíaca já prevendo uma possível parada cardíaca, ou ele havia nascido na tal cidade.

Pois é...

Deixei o pessoal na casa em que eles estão e vim andando para a minha casa.

No meio do caminho avistei dois suspeitos vindo na minha direção, um cachorro e uma pessoa prestes a ser assaltado (eu mesmo).

Resultado?

Chutei o cachorro! Enfiei a porrada no primeiro que me disse boa noite e gritei para o outro – Sou de Juazeirooooo! – logo depois sai correndo me esmurrando até me sentir protegido.

domingo, 19 de julho de 2009

O Círculo - Sem fim.

Do inicio segue ao fim,

Do fim enxerga-se o inicio.

Do meio não se vêem as extremidades,

Nas extremidades não há mais meios.

Segue assim em uma rota infundada.

Uma rota que tentou-se afundar,

Afundou, afogou, mas a tona voltou, voltará.

Pois do fundo se vê a luz.

E se conseguimos ver a luz,

É porque um novo fundo vai existir.

Constantes idas e vindas.

Segue assim em uma rota prevista,

Incerta, mas a vista.

Prazo não se há, nem se parcela.

Pra que parcelar?

Se, a vista não tem prazo para acabar.

Durável, auto-sustentável?

Ato sustentável.

Assim são seus atos,

Sua vida,

Como em uma grande rota imprevista,

Como num círculo, sem começo nem fim.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Arte.

Arte? Sim! Arte.

Minha arte de estar presente onde você estiver.

De fazer-te sorrir a distância.

De sonhar ter tido a ti e agradecer por ainda estar aqui, e de ali poder estar também.

Minha arte de expressar o que eu sinto.

De demonstrar-te o que eu quero.

O quanto eu te quero.

Minha arte de chorar te vendo partir.

De encorajar-te a ir.

De esperar o teu retorno grudado ao teu peito, ao teu consolo.

Minha arte de temer o previsível.

De prever-te junto aos meus temores.

De ignorar medos e tempos e junto a ti sorrir.

Sim! Minha arte.

Minha parte de ti.

Teu pedaço de mim, meu amor sem cortes.

Sim! Sem partes.

Por inteiro. Artes!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sem fim não há título (3ª Parte) ...

E no dia em que comemorariam seu centésimo dia juntos. Lila parte para reencontrar uma parte dela que havia se distanciado. Sua amiga, sua irmã.
Nosso jovem guerreiro sentiu aquele forte aperto no peito, mas segurou-se e fez com que Lila viajasse feliz prometendo-lhe que a esperaria sempre, ali, no mesmo lugar.
Para escapar da saudade nosso amigo guerreiro põe-se a escrever lembranças.
"Lembro-me como se houvesse sido ontem aquele 8 de Março. Um dia inicialmente triste, um desabafo, uma lágrima de saudade, a coragem de expor a todos os meus sentimentos. E você, Sol meu, lá estava ao meu lado, ao longo do dia."
Apenas para deixar claro, o jovem soldado havia sido ferido em uma batalha naquela data. Um ente querido e muito próximo dele acabou partindo para outro plano, superior ao nosso.
"Ah Sol, fazes tanta falta quando parte. Recordo-me do seu sorriso, das suas palavras. Sentiria minha falta quando eu partisse. E hoje cá estou eu, solitário, aguardando o teu brilho novamente."
Marcante aquela data, tanto para o guerreiro quanto para Lila.
"Tive asas por alguns instantes minha princesa. As tive, mas logo resolvi as guardar novamente. Tão mágico foi nosso momento. Um carinho no rosto, um sorriso com um brilho no olhar. Uma canção que por ti foi recebida por uma lágrima, e pronto, a certeza de que te amaria por muito, mas muito tempo."
Sim, eu posso confirmar, não estava presente no momento, mas, sim, naquela canção, naquela lágrima, nossos jovens se entregaram a chama ardente que os envolvia há muito tempo.
Algo mágico e inexplicável aconteceu naquele instante. A tristeza de momentos antes, dava lugar ao crescimento de um sentimento que o jovem soldado havia certeza ter banido do seu existir.
"Como é bom amar-te, como é bom calar o teu "nunca" com carinhos, olhares, sorrisos. É bom ter nossos desejos transformados em realidade. Viaja sim Sol meu, pois aqui estou eu a te aguardar. Pronto para no fim da tua viagem te abraçar, olhar nos teus olhos e te dizer, "amo você!". Cantar no teu ouvido novamente, deitar as armas as quais não me pertecem mais e erguer a todos que queiram escutar, o tom desafinado da minha voz a expressar o quanto admiro você."
É, e assim aquele jovem soldado passou seus dias sem Lila, a recordar os momentos únicos em que viveram.
"Meu sorriso, desde aquele dia 8 até o dia 18, apenas crescia, aumentava graças ao teu brilho.
Como poderia eu, deixar com que fugisse da minha vida? Essa possibilidade não mais existe.
Lembra minha princesa? Naquele dia 18 fugimos, nos enclausuramos em meus aposentos. Nos entregamos aos nossos momentos, nossos sentimentos. E sem pestanejar, coloquei-me diante de ti, olhando-te nos olhos, "namoro? Tem certeza?", sim amor, era aquio que eu queria! E tanto quis que hoje estou aqui, só, esperando o teu retorno, escrevendo e escrevendo e escrevendo."
Nosso jovem não mais conseguia parar de pensar, escrevia ao longo do dia e quando a noite ia chegando , nosso soldado se colocava a descansar pois acreditava que o tempo passava mais rápido se a noite passasse mais rápido com os olhos fechados para ela.
E toda noite, hoje, o jovem guerreiro se deita acreditando que o tempo pasará mais rápido para que possa reencontrar sua domadora de fogo, e para que isso aconteça, basta que ele feche os olhos para Lila voltar a brilhar.
...Continua...

PAPOS E SUPAPOS

Mi Papos y Su papos!

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