domingo, 25 de novembro de 2012

É ser sem ser.

A tortura do estar sem ao menos ter estado.
É pensar sem ao menos ser lembrado.
É gritar sem ao menos ter falado.
É enxergar sem ao menos ter olhado.
É dedicar sem, por fim, ser dedicado.

É querer sem ser querido.
É adorar sem ser gostado.

Amar sem ser, em retribuição, amado.

Tortura de sentir sem ter sentido!

domingo, 7 de outubro de 2012

Admiro-te

Te admirar.
E volto ao início novamente.
Lembro-me quando ao te ler te sentia por perto.
Era um tal de ler e me abobar a todo instante.
Era um tal de te querer e me encantar a cada momento.

Era...
Mas não só uma vez.

Foram muitas as vezes em que apenas umas poucas letras que saltassem à minha tela mudavam o meu dia e me faziam sorrir até na pior das circunstâncias.
Seus rabiscos na pele. Seus rabiscos na tela.
Todos eles se transformavam em meus.
Meus sonhos, meus desejos...
E assim tocava a vida, vivendo com a sensação do lúdico.
Uma bela noite materializou-se na minha frente.
Deixara de ser apenas rabiscos na pele, rascunhos na tela e se tornara arte real.
Te encarar e te confessar a admiração fora fácil.
Só não fora fácil a convivência com a pertubadora imagem do inalcansável.
Não era por desejo, não era por carne ou química, era por mais do que isso.
Era inexplicável, idolatrável.
Era?
E quando te leio, te vejo, volto a te sentir.
Distante, volto ao avesso de tudo.
Te admirar.

domingo, 25 de março de 2012

Real.

Aquele temido som vinha lá do fundo do corredor branco, gélido e vazio do hospital. Os passos dados, antes apressados, agora pareciam não ter mais pressa de chegar àquela porta.

Era um apito agudo que minava as minhas forças e fincavam ainda mais os pés no chão. Um tipo de força que me prendia e não me deixava chegar ao objetivo final.

Olhava para os lados e nada conseguia enxergar. A visão fora tomada por uma quantidade absurda de um líquido salgado que parecia irritar as vistas.

Ia a cada passo mais amparado pelas paredes do corredor e o som, cada vez mais próximo, dizia-me qual seria o ponto final.

Parei diante da porta de onde vinha o som, uma daquelas de hospital que tem uma janelinha na frente que nos permite ver todo o interior da sala.

Lá dentro estavam algumas pessoas reunidas com as mãos dadas, todas de olhos fechados, não conseguia escutar exatamente o cântico delas, mas parecia ser um tipo de ritual.

Elas pareciam não escutar aquele apito insuportável, e eu cada vez mais surdo com aquele barulho, passei a não mais escutar nada!

Dei dois passos para trás, recostei-me na parede e deixei o corpo escorregar até que caísse sentado.

Tentava com as mãos tapar os ouvidos, mas o som parecia querer atingir a minha alma e não me permitia isso.

Em questão de segundos, algumas pessoas também chegaram ao quarto, passaram tão rápido por mim que nem devem ter me notado.

Com exceção de uma pequenina e linda menina, que devia ter mais ou menos quatro ou cinco aninhos.

Loirinha, de cabelos cacheados, uns olhos castanhos claros enormes, linda! Eu a reconhecia de algum lugar, mas não conseguia recordar-me de onde.

Ainda atordoado com o barulho, pude ver aquela linda criança estender a mão até mim e convocar-me:

"Vem papai, está tudo bem agora!"

E ao tocar as mãos dela pude sentir todo os barulhos pararem. O silêncio reinou.

E eu pensando comigo: "Ela deve estar me confundindo com alguém!" - Mas mesmo assim não conseguia soltá-la, não conseguia parar de olhá-la.

Caminhamos no sentido contrário ao quarto, e já próximo da saída do hospital, aquela princesinha me olhou nos olhos e disse: "Esperei tanto por esse dia papai, e agora você está aqui comigo. Estou muito feliz!"

Ajoelhei-me no chão e a olhei nos olhos. Foi ai que reconheci, era ela, a minha filha que não pude, por erro e fraqueza minha, vê-la nascer.

A menina a qual todas as noites eu orava e chorava em silêncio pedindo perdão por tudo o que eu havia feito de ruim.

Eu finalmente havia ganhado o meu perdão. Finalmente havia conseguido seguir adiante, em paz.

Dei-lhe um abraço apertado e saímos, caminhamos em direção a uma luz muito forte e logo em seguida um lugar lindo.


Enquanto a observava correr, sentei-me no pé de uma árvore e chorei agradecendo a toda vida que tive e mais ainda por ter tido a honra do perdão do delito mais grave que cometi.

Fora a noite mais sensacional da minha vida, e hoje, dormirei feliz esperando ansioso por encontrá-la novamente!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Sobre tanta falta...

É do teu abraço que estou falando. Daquele aconchego no fim da noite e daquele outro do amanhecer do dia.
Daquela hora em que parecíamos estar iniciando uma briga ou que já estávamos no meio dela que nos silenciávamos um sobre o ombro do outro.
Daqueles em meio às cócegas e mordidas divertidas ao longo do dia.

Dos teus olhos que sinto tanta falta. Daquela maneira de olhar me recriminando por algo que eu fiz equivocadamente. Daqueles muitos olhares acompanhados do seu "ridículo". Do olhar de quando apenas nos olhávamos já prevendo tanta falta que sentiríamos. Daquele de olhos fechados quando a ponta dos nossos dedos nos olhavam tentando nos decorarmos.

Ah! E os beijos? Ainda os sinto no meio da madrugada como se fossem os primeiros que ganhei. E sinto tanta falta daqueles antes de sair para o trabalho, sabe, aqueles selinhos rápidos - "Tchau amor, estou atrasada!" -. Fazem tanta falta aqueles intermináveis com gosto de paixão. E aqueles que pareciam de casal apaixonado que se beija pela primeira vez, que demoravam uma hora até os lábios se tocarem. Faz tanta falta.

Mas diante de tanta falta, uma em especial, aquele sorriso, aquele choro, aquele dengo. Isso faz tanta falta.
Aquele sorriso de gargalhar e soluçar com ele quando você partia para cima de mim sem dó nem piedade me chamando de gordo e me sufocando com os seus poderosos dedos a me fazer cócegas, onde eu só conseguia fazer você parar apelando para a asma.
Me faz tanta falta aqueles choros no meio da noite já prevendo a despedida, a partida e a distância que estaríamos em pouco tempo.

E quando te abraçava, quando aquele dengo falava mais alto e que tudo o que queríamos éramos ficar deitados, abraçados, quietinhos, deixando com que a vida passasse, com que o tempo passasse, e passou!

Passou tão rápido que lá se foram sete meses, e nesses sete meses, nada foi pior do que esses últimos quinze dias, nada foi maior do que esse tempo sem você perto, e não vejo a hora de dar um ponto final nesse período.

Hoje é vinte e três, são só oito dias para o fim do mês, e faltarão sete para te encontrar outra vez. Estamos exatamente no meio do caminho agora e, sobre tanta falta, nada vai me fazer desistir de chegar logo ao meu destino final. O teu lado!

E o apelido que você me deu e que eu te dei, não consigo dizer em outra frase sem dizer, saudade!

terça-feira, 6 de março de 2012

Ao teu encontro!

Te vi chegar com a malícia de quem só queria se divertir.
Olhei seus olhos e o que consegui foi apenas sorrir.
Peguei-a por um abraço e com um só movimento o beijo foi dado...
"Mas assim, no meio da rua?"
A vontade me fez esquecer onde estava e me deixou ousado.

Partimos sem tatos para os tatos dos nossos segredos.
No escuro nos enxergávamos e nada de medo.
Era um jantar que vinha sendo servido com o tempo...
"Mas assim, sem os talheres?"
Eram subjetivos, foram talhados num sentimento.

E da mesma forma que chegou, ficou.
Hum...Dois...Três dias e, enfim, tudo mudou.
O que era mero devaneio tolo...
"Mas assim, sem nem tempo?"
Em questão de minutos virou um sentimento bobo.

Tudo foi rápido demais.
Quando te vi a primeira vez pareciam dias atrás.
E aquele brilho no olhar...
"Mas assim, sem conhecer?"
Hoje mais parecem anos sem você estar.

E quando olho para a porta.
Suspiro esperando a sua volta.
O líquido salgado face abaixo cai...
Assim sim, sem pestanejar!
E o meu peito, sem se preocupar, vai...

Se preparando para te encontrar!
Em breve!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Veio com flores nos ombros!

"Eu conheci um velho sábio, certa vez ele disse-me que iria aparecer em minha vida uma mulher com características confusas, não como todas as outras mulheres por todas elas serem confusas, mas essa, especificamente, seria a mais confusa dentre todas as outras. Ela iria me dizer que não haviam conexões entre as nossas almas, que os nossos peitos se sentiam de formas divergentes e que os olhos dela não olhavam os meus. Sentei-me no chão, próximo a um candelabro que continha uma vela acesa pela metade e fiquei a observando, analisei cada gota da cera que caia diante dos meus olhos e nos pensamentos que vagavam o horizonte frontal da minha cabeça apenas as palavras do velho sábio.
Ai então, um dia o velho partiu, deixou-me com esse pensamento fixo e vivo, e não partira da minha vida. Certa noite estava eu sentado em um gramado, com uns amigos, organizando o que poderia se tornar algo bem marcante e importante no meu crescimento. Estava tentando, ali, naquele dia, seguir princípios me passados por aquele velho sábio, quando de repente, eis que surge algo a ofuscar os pensamentos que rodeavam o meu cucuruco.
Vinha ela, caminhando, parecia não ligar para o vento bagunçando o seu cabelo, vinha com flores nos ombros e fazia com que brilhassem estrelas em plena luz do dia, oras era uma mulher em seu estado mais selvagem, devastadora de pensamentos masculinos, outrora se tornava uma ingênua menina que buscava atenção, carinho e respeito. Logo me veio o que aquele velho sábio havia me dito anos antes.
Eis que surgira para mim, quando menos esperava, o meu ponto chave de crescimento, pois, como o mesmo velho havia me dito, "para crescimento total do seu ser, da sua alma, há de encontrar uma trilha tortuosa para a conquista e percorrê-la, pois um grande ser vive de conquistas, mas o maior deles vive de derrotas também".
Encontrei-te, bela, sorrindo, oras com olhares perdidos, oras com olhares achados, mas em todos os casos com os meus olhares mirados no meu próximo objetivo a ser alcançado. Você!"

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sonhos reais 2.

E no entardecer, antes do cair do sol, recorri ao mar para esperar-te.
As ondas que iam e vinham emitiam-me os sons mais puros do mundo.
No sol se pondo a certeza de que você estava por chegar.
Sentei-me e pude sentir o teu calor se aproximar.
Ao olhar para trás, estava você, exuberante. Uma forma que nem a sombra conseguia ser igual!
Sua pele brilhava como ouro. Suas pernas hipnotizavam as pessoas.
E conforme subia ainda mais o olhar, mais deslumbrado eu ficava.
E pensar que conhecíamos-nos apenas à distância.
Nem parecia.
Seu cheiro, agora real, era o mesmo que eu sentia quando conversávamos.
Seus olhos brilhavam igualmente aos das fotos que me enviara.
E as bochechas rosadas pareciam ter sido desenhadas.
No teu abraço senti todo o conforto do mundo e um calor mais quente que o calor do sol.
E ao tentar olhar-te nos olhos percebi o quão tímida era! Tive que erguer-te pelo queixo para que nossos lábios se encontrassem sem que dissessem ao menos uma palavra sequer.
E sem que nossos lábios deixassem de se tocar, caminhamos em direção ao mar.
Era para contemplarmos o sol e no fim do seu expediente foi ele quem nos contemplou.
Aquelas águas que pareciam geladas agora estavam fervendo.
E o balanço do mar parecia ter sido ensaiado pelos nossos corpos.
Na ponta dos teus dedos cravejando as unhas às minhas costas percebi que estávamos entregues a algo sublime.
Sentíamos a cada respiração forçada no ouvido uma necessidade extrema de nunca deixar aquele momento terminar.
E o sol já parecia querer atrasar a sua saída, enquanto a lua, pobrezinha, do outro lado parecia gritar para que ele partisse logo.
Até ela queria nos testemunhar! E conseguiu.
Os últimos suspiros foram banhados com a luz do luar que pairava sobre as nossas cabeças.
Até que, com um único movimento, roubaste um pedaço do meu lábio inferior e levaste consigo uma grande parte do meu pulsante e apaixonado coração!
E agora esperamos ansiosos e encabulados novamente por tal momento!

Sonhos reais.

"Era mais ou menos meia noite quando ela resolveu chegar. Na verdade era uma confusão, pois parecia ser dia e eu tinha certeza que era noite. Ela veio linda, refletida sob a luz do sol. Por vezes até pensei ser ela o astro maior de tamanha quentura no olhar. Me transmitia, ainda que a distancia, um desejo contínuo, uma vontade de não levantar. Fiquei por minutos deitado, imobilizado por tamanha beleza aguardando a sua aproximação.
O primeiro toque foi suave, aquele corpo de pele macia e delicada encostou no meu. Uma explosão de sentimentos, horas luxúria outras vezes paixão.
Desejo que a cada toque dos lábios ansiavam pelo desfecho final. E sem que eu percebesse nossos corpos estavam despidos das suas armaduras.
Estávamos prontos para amarmo-nos. Um sorriso delicado ao postar-se sobre mim. Um olhar penetrante acompanhado de uma mordida nos lábios. Os dedos das mãos cruzaram-se e podíamos sentir no nosso mais íntimo os toques magestrais do amor.
Aquela explosão de sentimentos perdurou por infinitas horas. A cada instante nossos corpos se grudavam mais. Eram nossos líquidos que se preocupavam em nos deixar sempre unidos. e por fim, aquele beijo. Aquela boca rosada de lábios grossos e um suspiro. Nossos momentos estavam terminando. Foi ai que ela levantou-se, em meio a madrugada, e partiu. Deixou-me a procurar novamente o sol. 
Hoje, esperarei-a novamente."

sábado, 28 de janeiro de 2012

Carta de despedida.

Eu tive carro, grana e até um pouco de fama. Tinha até a certeza de que teria você comigo sempre.
Tinha amigos de verdade ao meu lado todos os dias. Meu celular em instante nenhum parava de tocar.
Mas como o mundo, a nossa vida não para de girar também.
E numa dessas voltas que o globo dá, despenquei dos céus à terra e voltei a realidade novamente.
Perdi carro, grana e, bom, a fama eu não perdi por completo, mas ela ficou um pouco deturbada.
E a certeza que eu tinha de ter você comigo para sempre, essa sim desceu pelo ralo junto com todas as outras "maravilhas" que eu tinha.
Os bons amigos que não paravam de me ligar foram perdendo meu número, sendo assaltados, deixando suas agendas e celulares caírem em rios, mar e até mesmo em privadas e com isso, deixaram que a nossa amizade ficasse esquecida por tempos até que por mera coincidência eu pudesse os encontrar por culpa do acaso nas estradas da vida.
Passei por baixos e altos, mas muito mais baixos do que altos, ao longo desse pouco tempo de vida. Senti a alegria da vitória e a certeza da derrota queimando a pele como quando seguramos uma panela quente sem se atentar com a quentura da mesma.
Nos altos aprendi que sempre devemos saber cair e andei treinando bastante para aprender ao menos a habilidade de pensar que não me machuquei após a queda.
Nos baixos eu descobri, aos poucos que, se dependermos dos outros, continuaremos lá embaixo. Doce ilusão de que aquela pessoa que te abraçava e te chamava de irmão irá te estender a mão para te erguer novamente.
Mas nem tudo se perde quando mergulhamos de cabeça lá naquele poço do fundo do quintal, nessas horas aparecem pessoas as quais você não imaginaria que apareceriam e te tiram de lá. Diretamente ou indiretamente, ambos os casos existem.
Existem as pessoas que te enxergam no momento em que está caindo e correm para te puxar e as pessoas nas quais você se inspira para levantar.
Eu, por exemplo, além das pessoas que estão comigo hoje, me ajudando a reerguer-me, me inspirei muito lendo e escutando canções. Senti que se a superação realmente existe eu teria que fazer dela meu sobrenome e levantar-me com a cabeça erguida para voltar onde já estive e mostrar que sou muito melhor do que as coisas que eu tive ou terei.
Hoje, sentado em frente ao mar, lembro-me de tantas pessoas que passaram, de todas aquelas que ficaram e também de todas aquelas que por vontade própria simplesmente partiram, penso em tudo o que passei e sinto a necessidade de dizer a todos que estou feliz.
Posso não ter nada, posso ser até um incompetente como me chamaram a pouco tempo, mas tenho o melhor que qualquer um pode ter e muitos não se atentam. Tenho a vida!
Tenho o poder de moldá-la à minha maneira. Tenho o poder de sorrir no pior dos momentos e de chorar no mais feliz deles.
Tenho o controle de olhar para todos e dizer que, mesmo aos que não querem ouvir, sou feliz assim do jeito que sou e estou.
Tenho meus defeitos, vira e mexe cometo falhas, mas sou capaz de me redimir, sou capaz de assumir as minhas falhas e consertá-las. E graças a, seja lá quem for o seu Deus ou o meu Deus, eu sei que só dependo de mim para seguir adiante.
Então, espero sinceramente e educadamente que vocês consigam o mesmo que eu, até os que não esperam mais nada de mim ou os que esperam hostilidade, espero que vocês consigam no fim de tudo apenas viver a vida em harmonia e acima de tudo, sorrir em paz!
Um grande abraço a todos! Espero ver vocês sorrindo novamente!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Grito!

Gritar é proibido?
Já que o proibido é o mais gostoso, então vos grito!
Grito aos cantos todos do mundo um só canto!
Aquele onde cito nosso recanto.
Grito!
Quero que todos saibam do teu existir.
E gritar por gritar, pois é a melhor forma de expelir.
De não enclausurar os sentidos, as emoções.
Então, grito!
Liberto a voz com o mais alto tom.
Destemido.
Já como um dom.
Grito.
Respiro fundo.
De ar eu encho os pulmões.
Olho o horizonte mais distante.
E liberto o grito mais tocante.
E você? Grita?
Se nunca gritou, então me imita!
Chega no precipício e se liberte.
Converse com o seu eu mais distante.
No mínimo ele irá te imitar também.
O chamamos de "eco".
Mas na verdade é outro alguém lá de longe fazendo o mesmo que nós.
Então grito!
Pois no meu grito escuto a tua voz!
No teu grito só consigo escutar a nós!
Grita comigo?

PAPOS E SUPAPOS

Mi Papos y Su papos!

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