quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Contemplando o paraíso.

Um dia lindo e agora a parada ao pôr do sol.
Contemplo.
Com um templo perdido como esse, um lugar que se fosse no deserto chamaria de oásis, mas que por ser aqui não recordo-me de outra definição senão paraíso.
Um recanto. Perdido. Agora achado!
As águas correm diante dos meus olhos, mostrando no caminho, de onde elas vem, para onde devo ir. E enquanto elas rolam lá, cá em minha face corre outra água. Começara com uma lágrima, uma simples gota.
Sim! Estou vivo. Vivendo cada instante intensamente.
Por breves momentos esqueço do mundo.
Apenas choro.
Não é tristeza. Não é lembrança e nem saudade.
Apenas a certeza da vitória.
Os amigos de mochila me cercaram e questionaram-me o que eram essas lágrimas.
As palavras jorraram para fora dos lábios.

"Meus amigos viajantes, caros andarilhos, não estão vendo lágrimas, essa visão é superficial, estão vendo alma. De quem agora está em calma. Estão a ver a paz. Observem. Escutem. Parem alguns segundos do mundo de cada um de vocês e sintam a vida. O gosto está na boca. O toque está no corpo inteiro. O cheiro está no nariz. Então respirem fundo, deixem que o vento toque vocês, abram as bocas e sintam o gosto da vida! Lutamos tanto por ela lá naquele mundo de onde fugimos andando, e cá descobrimo-a solta, leve, completamente tangível aos nossos sentidos. E sabe o que é melhor? Aqui ela é de graça. Não temos que pagar ou nos sacrificar para viver. Apenas parar e sentir! É sonho, mas é sonho real. Aqui é onde a fantasia de todos os dias se torna realidade. Não se espantem se cruzarem com uma onça conversando com uma borboleta que repousa em seu focinho, pois nossas fantasias aqui são reais. Aqui saberás como voar. Saberás sorrir e chorar. Sem se esforçar! Esse é o momento sublime da viagem. Esse é o ápice de qualquer vida. É quando sabemos que podemos morrer que continuaremos vivos. É praticamente renascer. Aqui é viver. Aqui é o real amar. Então amigos, apenas sintam! Vivam! Cá estamos nós."

Foi quando olhei ao redor e estavam todos em seus cantos, perto e longe um do outro, os olhares se perderam e se acharam.

Não sei se as palavras foram as corretas, mas foi o que para falar e depois delas, silêncio!
O canto dos muitos pássaros e do vento. O som das águas.


Por fim me levantei, fiz gesto de devoção à natureza, ajoelhei-me, beijei o solo.
Consegui erguer-me rapidamente, a tempo de saudar o paraíso com palmas.
Acredito que era o único som que poderia emitir para que aquele lugar e os habitantes dele sentissem que estávamos ali a admirá-los.
Todos se juntaram a mim.
Por fim um abraço em cada um dos amigos, montamos as nossas barracas e concordamos que a noite seria longa e que ali, juntos, seria a noite mais longa e perfeita das nossas vidas.
E por sorte haveria música. Um violão surgiu.

Apresentei a eles o meu grupo predileto, O Teatro Mágico, com o cântico de um anjo, o mais velho deles.
Pois no momento, "só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você!".

Um bom fim de dia para todos amigos distantes!
Até mais ver.

p.s.: e há quem um dia me negou viajar assim, pois não acreditava que seria bom! Pena!

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