sábado, 12 de fevereiro de 2011

E no fim, quero renascer!

" - Como é morrer?
- É igual a nascer, só que ao contrário!"
(Frase retirada do filme "Gasparzinho - Um fantasminha camarada")

O problema é lembrar como foi nascer!
Tenho vagas lembranças daquele dia.
Um puxão na perna. Um cordão enrolado no pescoço. Um médico velho me segurando de cabeça pra baixo.
O choro.
Será que na hora de morrer será o contrário?
Fato é que não espero que aconteça tão cedo.
Mais uns vinte anos de vida e me sentiria pronto, eu acho!
Certa vez escutei de uma pessoa a qual considero muito importante para mim que um dia ela viria me ver e que teria certeza que se pedisse a um amigo, ele a traria correndo.
Perguntei quando seria isso e a resposta foi que ela não saberia o dia exato, mas assim, se eu estivesse muito doente ou morrendo, com certeza ela estaria do meu lado.
Bom, se para ter-te ao meu lado mais uma vez eu precise estar morrendo ou muito doente, obrigado, mas não precisa voltar!
Não quero descobrir em meio a sensação de dor que poderia ter tido muito mais tempo ao seu lado.
Não quero nem sonhar com a possibilidade de escutar no meu leito de morte as celebres palavras: "Eu sempre te amei!"
Me desculpa, mas não preciso disso.
Preciso do hoje. Do amor atual. Real. Onde haja tato, cheiro e sensibilidade.
Dizer nos últimos dias da minha vida que me amou a vida inteira será uma tortura aos meus ouvidos, e se não te odeio hoje mesmo com todos os motivos que tem me dado, tenha certeza que irei te odiar se esse dia chegar!
E pensando assim, até que faz sentido a resposta lá da primeira pergunta.
Seria realmente o contrário do nascer.
Seria uma rasteira nas pernas e não segurança.
Não seria o cordão que me alimentava no pescoço, mas sim uma corda para a forca!
No lugar do médico velho estaria o amor da minha vida me jogando no chão e pisoteando os meus sentimentos.
No lugar do choro por ter chegado, o choro de raiva por estar partindo.
Então te peço, se me amas como diz ao olhar nos meus olhos, mesmo que não queira viver esse amor agora, não deixe para a ultima hora.
Se for para isso, me odeie a partir de hoje, e deixa que o meu amor por ti simplesmente faça parte do passado!
Então, pensa!
Não quero morrer da forma oposta a que nasci. Quero morrer exatamente igual. Poeticamente falando.
Quero morrer com alegria, com amor e com segurança.
Quero morrer ao teu lado num dia de sol!
Pois no fim, quero ter a sensação que renasci.

3 comentários:

  1. A mais pura e simples verdade...
    Nós, pobres mortais, temos o péssimo hábito de nem sempre nos permitir viver a intensidade de um amor postergando-o para sabe-se lá quando; sofrendo e fazendo sofrer. Então por que mais tarde intensificar essa dor a golpes de “sempre te amei!”?
    Parabéns pelo texto. Concordo plenamente contigo.
    Se não for para me amar hoje, não diga mais tarde que um dia o fez.

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  2. Que texto profundo,
    Parabéns! Ótimo texto!
    Também concordo com suas palavras.
    :)

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  3. Obrigada pela visita no blog, gostei muito do seu comentário, até publiquei no blog. Se depois você quiser ver.

    Ps: Gostei muito daqui, seus textos são ótimos (é eu li alguns), você escreve tudo de forma tão sincera e cativante. Gostei mesmo

    bjss

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