domingo, 13 de fevereiro de 2011

Elefantes Cor de Rosa

Sim, eles existem!
Uns anos atrás, enquanto conversava ao telefone, ao despedir-me, 
a pessoa do outro lado da linha me disse que eu deveria 
sonhar com elefantes cor de rosa.
Peguei-me pensando em tamanha besteira, mas em meio 
às bobagens todas em que havíamos dito até então, 
não me atentei o quão importante seriam esses tais imaginários seres.
Aqueles incríveis seres oriundos da imaginação alheia se tornaram
uma constante nos meus pensamentos.
Quando eu menos esperava lá estavam os rechonchudos rosados
passeando na minha cabeça.
Era inversamente proporcional ao peso dos bichos o peso da minha
mente quando os tais surgiam. Bastava a ilusória sensação de eles 
estarem por perto para a minha mente se flagrar livre de 
qualquer preocupação e surgia um inigualável sorriso aliviado nos 
meus lábios.
É como se houvesse conseguido um remédio psíquico para 
que as preocupações cotidianas simplesmente deixassem de existir.
É como se fosse uma droga que invade a mente e nos proporciona
sensação de leveza e sensibilidade a tudo.
Ficamos leves, alheios aos problemas, sem confusões na mente.
E tão mais sensíveis.
Tudo o que vemos um pouco mais emotivo se torna uma 
tempestade de emoção. Como um beijo romântico no fim de 
um filme triste, um turbilhão de sentimentos na mente e por fim,
lágrimas nos olhos e riso fácil e descontrolado na face.
E eu que pensava que os tais elefantezinhos seriam apenas
parte única e exclusiva da minha imaginação consigo perceber 
que eles andam soltos por ai, invadindo a todo instante as 
mentes de outras pessoas.
Observando pessoas na rua pude perceber que os amiguinhos 
se infiltram em qualquer espaço mínimo que possam caber 
(e olha que eles são elefantes!), avistei-os, essa semana, 
em um casal de moradores de rua que brincavam com o seu 
filhinho em meio a uma praça próxima ao trabalho.
Fiquei observando aquela cena. Condições de sobrevivência 
mínimas, no entanto, os gordinhos trataram de se alojar na 
mente daqueles pais, que por alguns breves minutos, 
esqueceram de onde estavam e do porque estavam ali, 
e em altas gargalhadas se divertiam com um pequeno bebezinho.
Pensei cá comigo: “Esses elefantes que ali estão são dos grandes!”.
Para conseguir arrancar sorrisos de onde não se há praticamente 
esperança, é por que os nossos amiguinhos rosados fizeram 
um estrago naquelas mentes.
Quem já não chegou em casa, após um estressante dia de 
trabalho e se deparou com um desses seres?
Podem até não ter percebido que eram eles, mas com 
certeza já tiveram esse momento moral fragilizado.
Chegando do trabalho, correria, jogão de futebol na televisão, 
seu time está lá em campo, lutando pelo grande título do 
momento (mesmo que seja a fuga do rebaixamento ou a 
volta para a primeira divisão, não importa, pois tudo ali 
vale como um título para nós) e antes mesmo de começar a 
partida, a câmera da TV da uma volta completa pelo estádio, 
capta a arquibancada e toda a festa da torcida.
Pronto, esse é o cenário perfeito para o barbudo másculo 
engolir a seco o tal nó na garganta pelo menos umas cinco 
vezes antes do jogo, e se o time dele sai vencedor, as 
lágrimas começam a correr no rosto do “machão” como se 
fosse um neném recém nascido.
Você acha que isso é efeito do álcool? Pode até ser. Mas 
que existem doses de elefantes cor de rosa, com certeza existem.
Eles invadem os nossos pensamentos sem o menor respeito 
e com o seu peso esmagam as nossas fortalezas nos tornando 
os seres mais ridículos existentes no universo.
Existem mulheres que acham que tudo é culpa da tal TPM, 
mas não é possível que essa talzinha ai perdure por longos 
365 dias por ano. Aquela história de sexo frágil? Não! 
Lorota! Os culpados por todas as lágrimas quando o 
garotinho mais bonito da escola se envolve com a garotinha 
mais “safada” da escola são apenas os coloridinhos que 
pisoteiam nossos sentimentos.
E o que falar quando o vilão da novela perde espaço para 
o bonzinho? Eu diria culpa do autor e do escritor da 
novela, porém, esses não são os maiores culpados pela 
sensação de alivio e os berros de “se deu mal sacana!” 
que soltamos ao ver a cena que já esperávamos há um ano 
quando se iniciou a trama. Os culpados reais são os pisoteadores 
de emoções.
Então, se você ainda pensa que eles não existem, 
experimenta contar carneirinho para dormir depois de ler 
esse texto. Irá se pegar em altas risadas imaginando elefantinhos 
estabanados pulando cercas. Se lembrará de tudo o que aqui 
deixei escrito e terá então a certeza de que...
...Sim! Eles realmente existem!

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