quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Fuga e despedida.

Acordei cedo para fugir.
Arrumei a mochila, amarrei a barraca nela.
- Beijo pai, beijo mãe. Um dia eu volto. Quando eu chegar em algum lugar eu ligo, não se preocupem! Estarei bem.

Na mochila coloquei algumas mudas de roupa. Um caderno, um lápis e uma caneta. Borracha eu não uso, não apago nada que acontece na minha vida, então é sempre em frente.
Estou levando algumas fotos na memória do meu computador. Pessoas especiais. Pessoas que eu carrego na memória e busco inspiração em seus sorrisos.

Pé na estrada. Literalmente. A principio descalço para sentir a dor da saudade na sola dos pés até calejá-los e não mais doer.

Primeira carona, uma conversa bem agradável, uma viagem tranqüila e rápida.
-Até logo, muito obrigado amigo. Deus te acompanhe!

Cheguei em uma cidade pouco conhecida, mas como fui deixado na rodoviária, não me preocupei muito em passear, queria logo era partir novamente.
Encontrei um casal que estava indo para uma cidadezinha próxima de onde eu queria chegar.
Conversamos ao longo da carona. Muitas histórias parecidas.
Só me faltava a companheira para termos histórias iguais. Até achei que tinha uma, mas o vento mudou para ela e fiquei só.
-Boa viagem gente, muito obrigado pela conversa e pela carona. Sejam felizes sempre!

Agora cá estou, sentado numa pousada esperando a hora de colocar o pé na mata.
Serão três dias e três noites de caminhada até o meu recanto.
Lá, onde eu me ponho a sonhar desde o primeiro minuto até o momento de acordar na partida.

Já que não sei quando volto e como será a aventura que começa amanhã resolvi deixar algumas mensagens aqui.

Ao meu porto seguro: Amo vocês. Em breve, se tudo correr bem estou de volta, se não acontecer guarda o meu violão para lembrarem-se sempre dos meus momentos mais felizes!

À minha cúmplice eterna: Te cuida. Te amo. Cuida dos pequenos. Sorria e viva sempre!

Aos garotos perdidos: Galerinha contente, nada de líquido esverdeado nem de pão com orégano nem farinha estragada. Fiquem bem!

Sol: Brilha eternamente! Estarei te esperando onde for.

Ao meu espelho: Nem tem muito o que dizer! Tudo o que eu sentir você sente!

A dona da rosa: Lembre-se, viva!

À minha fada e à minha princesa: Obrigado por surgirem e por trazerem sorrisos! Um prazer enorme ter vocês em meu mundo pequenino.

Bom. Hora de descansar que o cansaço de amanhã será longo!
Irei até onde os meus pés descalços aguentarem!
Até breve.

2 comentários:

  1. É, pés calejados não doem.
    Apenas recordam por si só a estrada por onde passaram.
    E aprisionam a saudade, para não mais doer, mas também não ser esquecida.
    tudo quer faz parte da vida precisa viver conosco.
    Sem deixar para trás.
    Sem borrachas.

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PAPOS E SUPAPOS

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