sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aos 11.

Era fim de tarde naquele lugar que não havia nada para fazer a não ser ler, escrever e observar.
Então resolvi fugir de casa, apenas para observar o mar.
Carreguei comigo dentro da mochila um caderno, uma caneta e minha barraca.
Não pude deixar de levar uma lanterna, afinal estava escurecendo.
Após uns quinze minutos montando a barraca na areia da praia (na verdade foi um pouco mais, mas quero mostrar que consegui fazer como diz na caixa que ela veio), entrei na barraca e fiquei admirando o ir e vir das ondas.
Reparei lá no horizonte, distante da praia, uma luz solitária.
Levantei-me e briguei comigo por não ter levado o binóculo com visão noturna que comprei pela internet.
Enfim, fiquei forçando a visão.
A luz estava se aproximando, nem rápida nem devagar, apenas aproximava-se.
Foi tempo suficiente de sentar e começar a escrever sobre ela.
Vez ou outra a perdia com o movimento do mar.
Ora ela estava no alto, ora não.
Reparei no céu e vi uma luz nem tão distante nem tão perto, que também se perdia no movimento das nuvens.
Estava claro que seria de um avião.
Não acredito mais em OVNI's, na verdade acho que nunca acreditei.
Ela não parecia se aproximar, mas também não parecia se afastar, apenas sumia vez ou outra.
Voltei o olhar para a tal luz no meio do mar. Ela se aproximara o suficiente para eu enxergar uma pequenina embarcação.
Havia dentro algo que se movia. Um ET não deveria ser né?
Fiquei parado olhando. Tentava fazer sinal de fumaça com a lanterna! (Inteligente!)
Claro que não conseguiria escrever SOS com a luz da lanterna, mas mesmo assim continuava.
E de lá, no barquinho, a luz parecia querer me dizer algo também.
Olhei o céu rapidamente, e a luz que brilhava antes, resolveu parar de brilhar.
Busquei o barco e a luz parecia ter se apagado.
Fiquei realmente assustado e comecei a acreditar que OVNI's e ET's poderiam estar tentando me enlouquecer.
De repente, atrás de mim surge uma luz forte, que chegou a me cegar.
Não houveram meias palavras. Não houveram palavras.
Eu tentava revidar com a minha lanterna, mas nem afetava a luz que vinha de onde ainda não sei e para onde muito menos.
Um estrondo, forte, de porta batendo.
Me assustei, me enfiei na barraca e fechei tudo! (Inteligente outra vez! Como se a barraca não abrisse por fora!)
Me encurralei no meu próprio esconderijo.
Ouvi o zíper da barraca ser aberto, a essa altura eu já estava de olhos fechados e rezando até para o São Longuinho me achar e me tirar dali antes de eu ser capturado.
Algumas risadas.
"Flávio, você é abestalhado? Sai dessa barraca, volta pra casa que está na hora da janta menino!"
Acabaram com a graça. Estava tão divertido brincar de invasão espacial.
Porque os adultos cismam em terminar com a brincadeira das crianças bem na melhor hora?
Droga!
E pra piorar. Sopa de cebola com repolho!
Preferia ter sido abduzido!

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