quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cores em preto e branco.

Estava tudo em preto e branco. Ainda não havia identificado o motivo, estava imaginando ser coisa de vista, sei lá!
Deparei-me com uma senhorita de cabelos negros longos, expressão fascinante, um sorriso fora do comum e um olhar tão misterioso que me convidara a desvendá-lo. Sem nenhuma troca de palavras apenas por troca de olhares, meio que por vontade própria, a minha mão se estendeu à ela e aguardou o toque macio daquelas mãos suaves.
De longe aquele sorriso acanhado abriu-se e revelou em mim um sentimento até então esquecido, guardado lá no canto esquerdo do pequeno coração que ainda batia fora de ritmo.
Pensei nesse momento que as cores que deveriam ter chegado, mas elas ainda não haviam surgido. 
Dei então a ti a minha mão direita, te coloquei do lado contrário às ruas movimentadas daquela cidade, te protegia de todas as formas, caminhamos por alguns instantes até encontrarmos um parque onde havia um coreto e, logo em frente à ele, um lago.
Subimos no coreto, nos abraçamos por alguns segundos, e lá no fundo surgira uma canção. Começara a passar pela minha mente que eu estaria em uma cena de filme, pois ainda enxergava a tudo em preto e branco!
Enquanto estávamos abraçados, podíamos sentir a brisa gélida que acompanhava o por do sol que surgira no horizonte, lá no fim do lago e nos tocava a face sem o menor respeito. Parecia querer forçar uma aproximação maior entre os nossos rostos na tentativa de nos aquecermos mais.
A música antes agitada, agora acompanhava a queda do sol e fazia com que nos olhássemos de canto de olho, os meus braços te envolveram involuntariamente na cintura e puderam sentir as tuas mãos os cobrindo.
Era tudo muito perfeito, só faltavam as cores.
Te olhei nos olhos por instantes, e senti tua respiração mais ofegante e apreensiva naquele instante. Virei-te para mim, ajeitei os teus cabelos, te segurei o queixo e sorri. Você, ainda encabulada, pendurou-se em meu pescoço e me deu um beijo no rosto.
Não haviam palavras, mas sobrávamos em gestos. Sabíamos exatamente o que estava acontecendo.
Entrelaçados em meio ao coreto, cercado de canções instrumentadas pelo tempo, com um lindo sol se pondo ao fundo e o brilho intenso do lago refletido nos seus olhos pude enfim ter a atitude de beijar-te os lábios.
Foi quando você se afastou de mim, colocou dois dedos sob o meu beijo e pôs-se a pronunciar-me as únicas e mais doces palavras que já poderia ter escutado.
"Obrigado por colorir o meu dia!"
Senti então os teus lábios macios tocarem os meus, porém ainda não havia tais cores no meu dia como disseste que havia no teu.
Após o beijo perguntei a ti.
"Que cores estás a enxergar senhorita, já que só estou enxergando apenas o branco e o preto?"
Com um sorriso alegre respondeste-me.
"As cores do coração! Não precisamos de nenhuma além dessa para darmos cores aos nossos momentos!"
Foi ai que tudo coloriu-se à minha frente. 

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PAPOS E SUPAPOS

Mi Papos y Su papos!

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