sexta-feira, 25 de março de 2011

À dama da madrugada.

Foto: Google Imagens


Estava ansioso novamente, o sol ia se pondo ao fundo e as esperanças de te reencontrar apenas cresciam.
Eu sabia que no anoitecer você surgiria e traria aos meus ouvidos aqueles doces gemidos.
Podia sentir na pele a vibração e a ansiedade pelo toque. Os arrepios eram constantes.
Nossos lábios não queriam outra sensação a não ser a do suave encontrar entre eles.
Sim. Era uma atração mútua o que existia entre nós.
A hora passava e a ansiedade apenas crescia, sentia falta de você, e todas as noites antes de dormir rolava na cama esperando você chegar.
Essa noite seria diferente, já sabia que você chegaria. Então apressei-me em preparar nosso esconderijo predileto. Arrumei os lençóis, espalhei travesseiros sobre a cama.
Apaguei as luzes e me deitei. Apenas aguardei com a luz do luar atravessando as frechas deixadas pela janela e com as gotas de chuva que aumentavam intensamente.
Ao fechar os olhos pude vê-la chegando. Linda! Veio de camiseta e roupas íntimas. Não precisava de mais nada.
Era o suficiente para enxergar-te por inteiro.
Um suave toque surgiu e pude descobrir-te mais nessa noite. Estávamos tão carentes de nós mesmos que todo o nosso pudor foi retirado daquele ambiente e ficamos apenas nós, seres humanos, animais.
Te tomei em meus braços e nossos beijos antes suaves e delicados passaram a ser desejosos.
Algumas mordidas nos lábios podiam mostrar tudo o que esperávamos dessa noite.
No início ainda tinha um certo receio de algumas atitudes mais animalescas, mas com o seu entregar fui me deixando levar.
Podia sentir suas unhas cravejadas nas minhas vontades, nos meus desejos. Do seu olhar podia ver chamas saindo. Respirações ofegantes e aqueles gemidos indescritíveis me faziam querer-te cada vez mais.
Por horas fomos nós de nós apenas. Não queríamos mais ninguém por perto. Não sentíamos mais ninguém a atrapalhar nossos momentos.
Parece que nossos corpos eram regidos por uma sinfonia perfeita. Bailávamos aos nossos sons, seguíamos o ritmo do pulsar dos nossos peitos.
E como em uma apresentação de uma orquestra, após o clímax final, o corte no ar das batutas do maestro e o silêncio.
Fomos consumidos por uma grande pausa após o último suspiro, até que você se levantou e partiu novamente.
Levara consigo os meus mais pecaminosos desejos e a minha mais singela vontade de logo a encontrar novamente.
Então, dama da madrugada, anseio pelo seu retorno, anseio pelo nosso encontro, para enfim poder te dizer nos ouvidos o quão mágico é ter a ti por perto!
Boa noite.


4 comentários:

  1. P E R F E I T O !!!
    Um conto envolvente e com uma dose absurda de realidade. Você tem um dom diferente de escrita; não somente a escrita que prende, mas que cativa e direciona o pensamento do leitor de forma concisa, clara e sem rodeios.
    Adorei!

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  2. Que intenso e sexy.
    Essa dama da noite me passou uma imagem de diferentes mulheres, de diferentes situações...
    Gostei muito mesmo, e seu conto prende o leitor mesmo *-*

    bjs.
    E primeira vez comentando aqui (:

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  3. Uau, que fantástico. Soube ser sexy e ardente sem ser vulgar, deixou bem cheio de desejo. Muito bom, Flávio! Beijos!

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  4. Adorei a sua forma doce de falar do desejo.
    Adorei o blog tbm ;)

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