segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ontem!

Momentos de tensão.
Por horas uma angústia parecia ser cravejada no meu peito.
No interior uma explosão de sentimentos e pensamentos.
Era só abrir os olhos que a serenidade e a pacificidade tomavam conta do ambiente novamente.
"Calma. Tudo vai terminar bem!" - Era só nisso que eu podia pensar. Era apenas essa a atitude que eu poderia ter!
Mas por dentro lágrimas de sangue já percorriam todo o meu corpo.
Despedia-me, um a um, de todos os meus sonhos, os possíveis e os impossíveis.
Te via sempre que fechava os olhos e imaginava onde estaria aquele sorriso e aquele olhar que me encantavam por tempos, poucos é verdade, mas que por aqueles poucos se tornaram inesquecíveis à minha memória.
Chorava interiormente o drama de não ter tido a chance ao menos de agradecer-te ou de pedir a ti perdão.
Sem ter a certeza de quem poderia me despedir comecei uma oração englobando todos os que passaram por minha vida.
Lembrava-me, é claro, dos mais especiais. Citava-os baixinho, em silêncio, aos meus pensamentos para que nunca sofressem tanto quanto eu estava sofrendo e que sempre estivessem seguros de qualquer mal que pudesse tentar atrapalhar às suas vidas.
Por vezes pegava-me de mãos e dedos entrelaçados lembrando-me de como eram eles entrelaçados aos seus, e sem nenhum exagero, quando isso acontecia, eram sem dúvidas os melhores momentos entre nós.
Não precisávamos falar, não precisávamos abraçar, muito menos nos olhar, se sentisse a sua mão junto à minha, como por algumas vezes foi, era a hora em que por dentro meu peito não parava de pular.
E como me fez falta, por diversas vezes ontem, seu olhar, sua forma de ser.
Senti um braço me empurrando no chão. Fechei os olhos com toda a força que eu tinha naquele instante. E de tão forte, lágrimas correram face à fora.
Esperava o fim, o último clique de uma "câmera" que não era a minha.
Nas costelas uma dor insuportável.
Tentaram-me arrancar uma delas, ou provavelmente alguma delas, mas por não serem o Criador, todas ficaram no seu devido lugar.
Por instantes, deitado na relva, sentindo formigamento nos braços e nas pernas, ainda de olhos fechados, senti sua voz nos meus ouvidos.
Me encorajaram!
Levantei-me. Ergui a cabeça aos poucos ainda um pouco tonto.
Ajoelhei por segundos e com muitas lágrimas alimentei o solo fértil daquele terreno.
Senti-me vivo quando percebi que no meu peito teu nome ainda brilhava e que dele eu estava tirando forças para seguir adiante.
Pus-me a pensar em todos que por perto sempre estiveram e tive certeza de que uma sobrevida fora me dada.
Fui agraciado.
E quando me dei conta, o sol estava lá a brilhar. Caminhei. Pude novamente ter a esperança de te encontrar. Agradeci.
Hoje, cá estou eu, voltando a sonhar!
Durma bem essa noite.

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