sábado, 20 de novembro de 2010

A história do jovem que aprendeu a amar

Há muito tempo atrás, nascia em um pequenino vilarejo, um garoto o qual já vinha com o destino escrito pelas estrelas.

Deixara um rastro de brilho que chamara a atenção a quilômetros de distância.

Já escutara sobre essa história? Creio que não.

Era um garoto que, ao nascer, trouxe paz ao casebre onde vivera com a sua familia.

Com o tempo, o moleque descobria aos poucos o gosto pela arte.
Vivia aos cantos com um galho seco, de um limoeiro que havia no quintal, rabiscando todos os espaços de terra que haviam na escassez da grama da sua casa.

Começou a crescer e desvendar que todos os sons que escutaria poderiam um dia vir a ser música de verdade.
Feito! Foi nessa época que descobriu o canto dos pássaros e começou a socializar com os pequeninos voadores através de assobios.

Vivia caminhando assobiando apenas esperando o primeiro pássaro que fosse corajoso o suficiente a desafiá-lo no assobio.

Certa vez uma Maritaca passou na sua vida, o desafiou e por fim o venceu. No dia em que ela partira, após a vitória concretizada, aquele, já pré adolescente na época, se pegava aos prantos pela derrota no assobio.

Fora obrigado a buscar novos desafios para a vida.

Ao entrar na adolescência descobriu a mente alheia, com o tempo foi aprendendo a lidar com ela e foi deixando sua marca em várias das mentes que cruzavam o seu caminho.
Porém haviam sentimentos novos no ar.

Confusão, amor, desejo, raiva.

Coisas que aquele jovem, que chegara no vilarejo à trazer paz, não haveria visto se não tivesse sido forçado a sair de onde foi criado.

O garoto cresceu, e com ele as confusões psicológicas também, o que era amor anteriormente deixara de ser, o que era desejo passava com o tempo, e a raiva, a qual havia toda tendência para crescer, o jovem resolveu tratar principalmente dela.

Manteve sempre o diálogo contra a raiva, e conseguiu garantir que não se permitiria machucar-se por tal sentimento egoísta.

Descobriu que contra a raiva alheia o melhor remédio seria a honestidade e o perdão.
Seria esse o único método de não deixar a raiva entrar.

Mas e o tal do amor?

Esse era o grande desafio daquele jovem. O tal do amor fazia com que ele doasse muito de si em troca de quase nada dos outros. Ele tentara mudar isso por muitos anos.
Sofria! O peito quase sempre doía.

Até que um dia, um novo amor surgiu. Um amor diferente de todos os outros. Um amor onde a raiva passara longe. Um amor sincero. De olhares nos olhos.

Esse amor transformara aquele rude jovem em suas vestimentas desinteressadas, em um nobre senhor da "gran'fina" sociedade.

Era a hora de lutar por tal amor com unhas e dentes, era a hora de mostrar ao amor que amor igual não teria.

Mostrou todas as suas qualidades e habilidades. Sua arte de riscar, sua arte de cantar e tocar, sua arte de fazer sorrir.

Mostrou que onde há o amor, não há espaço para a raiva. Que onde já teve amor, amor terá sempre que buscar.

Descobriu ele então que, mesmo em lados opostos, tanto lua quanto sol são capazes de iluminar. Mar e rio são capazes de se misturar. Avesso e verso são sempre o mesmo lado.

Aprendeu a ver no seu melhor ângulo o avesso do verso e vice-versa.

E como em todos os amores, surgiram pontos na estrada. Tentaram impor pontos finais, mas sempre sobraram reticências ao invés de o fim da história.

Por fim, aquele pequenino do pequeno vilarejo que ficou para trás, aprendeu que o melhor caminho para o amor não terminar, é o de recomeçar, então para o casebre antigo e o vilarejo de infância o jovem se retirou.

Aguardará o amor o convocar novamente para poder voltar e enfim voltar a amar...


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