domingo, 15 de fevereiro de 2009

Lá vem você!

Está aqui. Está ali. Está em todas as partes.
Não consigo mais não te ver.
É só fechar os olhos que...
Lá vem você!
Está me perseguindo por quê?
Já fiz de tudo pra te desviar. Me esquivo. Salto por cima do muro para não te ver.
Mas...
Lá vem você!
Incrível como há dois meses tudo que me cerca envolve... Você!
É só olhar as fotos, relembrar os momentos...
Ah! E que momentos!
São daqueles assim, que por mais que tentamos esquecer, eles não deixam que isso aconteça.
E por mais que isso aconteça...
Lá vem você!
É, realmente, tentei fugir, tentei não querer-te, tentei me enganar com outras pessoas, mas não adiantou, não adianta.
Sempre que penso em alguém, é em você que me perco.
Ah... E quem me dera soubesse sair desse labirinto, ou pelo menos chegar ao fim dele. Mas não, com você tem que ser mais difícil, afinal, não seria você se não fosse assim.
Giro, caio, levanto, tropeço, mas continuo lá dentro, perdido nos meus pensamentos, nas minhas memórias, nas nossas lembranças.
Continuo, sim, e aprendi que não quero sair. Não sem a sua ajuda.
Então vamos combinar como brincadeira de criança, sabe, daquelas bem bobinhas.
É simples, me ajuda a sair daqui, que eu te levo comigo!
Tão simples quanto o meu querer-te bem.
De tanto ser perseguido por você em meus pensamentos comecei a me entregar.
Agora me entrego em forma de carta, palavras desenhadas em um papel, palavras que anseiam o final feliz de um conto, mas que, para que essas possam ser descritas, eu precisarei da autorização da personagem principal, e novamente... Lá vem você!
É... Você! De uma criança encantadora a personagem principal de um conto. Quem diria hein?
Um conto que conto para quem quiser contar depois. Pois deixarei marcado num papel como e quando eu quis voltar a ser sapo, mas uma princesa insistia em não deixar eu me transformar novamente.
Quebrou o feitiço. Fez com que eu voltasse ao mundo. E agora não mais consigo voltar de onde eu vim.
E, olha! Tenho que admitir. Não preciso nem ser o príncipe dessa história. Basta ser o bobo da corte pra te fazer sorrir.
Afinal, são o que alimenta meus sonhos todas as noites. Seus risos, daqueles bobos, que normalmente damos juntos em meio a alguma besteira que falamos.
Refletida no espelho, segurando a minha mão, sinto-me importante e impotente. Importante, pois parecia sincero o seu segurar de mãos, como quem precisa de apoio. Impotente por ser apenas o velho sapo transformado em bobo, da corte, da sua corte!
Contraditório isso não é? Contentar-me em ser o bobo da corte para te fazer sorrir, e me sentir impotente por ser esse tal bobo. Mas é assim mesmo, meu feitiço faz com que eu me transforme naquilo que precisa no momento.
Risos e choros, alegrias e tristezas, brigas e reconciliações, estarei lá, saltitando para fazer-te bem.
Afinal, sapo pra virar príncipe tem de se acostumar a ser bobo de vez em quando.
E eu, como sapo, príncipe e até como Flávio, serei bobo sempre, sempre que fecho os olhos novamente, pois sempre que o faço...
Lá vem você!

4 comentários:

  1. De tanto ser perseguido por você em meus pensamentos comecei a me entregar.
    Agora me entrego em forma de carta, palavras desenhadas em um papel, palavras que anseiam o final feliz de um conto, mas que, para que essas possam ser descritas, eu precisarei da autorização da personagem principal, e novamente... Lá vem você!...
    CURIOSA sr. Flávio Nery rs.

    Beeelíssimas palavras.
    :o)

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  2. O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir tocar no mundo.
    O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando."
    Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.
    O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.
    O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
    O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. Aviso: não confundir bobos com burros.
    Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
    Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
    Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
    O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida. (Clarice Lispector)

    Sinta-se especial por ser bobo... os bobos simplesmente ganham a vida! :)

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