segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Viva o circo!

Olha que bonito todo colorido o circo chegando.
Trazendo alegria às pessoas só no entrar na cidade.
Podemos ver as crianças sorrindo e apontando.
“Olha só! Os elefantes andando um atrás do outro segurando o rabinho do elefante da frente!”
E a magia continua.
Lá vem o gigante da perna de pau como se fosse o maestro daquela linda sinfonia de alegria.
Parece reger o coro dos palhaços que logo em seguida vem fazendo suas traquinagens.
Muitas cores misturadas aos flashes das máquinas fotográficas e ao brilho dos olhos dos expectadores.
Falando em brilho, lá vem o mágico! Fazendo surgir flores de onde não existiam. E aquela cidade quase abandonada se torna uma grande mágica de felicidade.
Um circo completo, com pierrô e colombina, eles estão bem ali, chegando à esquina.
E em meio ao carnaval em que se fez com a chegada do circo, eis que surgem os malabaristas e acrobatas.
“Olha, aquele ali engole fogo, e o outro cospe. Que legal mamãe!”
Tudo o que vem passando encanta as pessoas que os observam chegando.
“Nossa! Olha a barba daquela mulher!”
As gargalhadas das pessoas pareciam um cântico de anjos.
Os aplausos e sorrisos transformavam aquele momento em algo único.
Olha o mestre de cerimônia, em cima do último carro alegórico.
Uma charretezinha puxada por um burrinho, cheia de equipamentos de som.
“Venham acompanhar a estréia da nossa trupe. Do nosso circo! Hoje à noite. Única apresentação.”
E a cidade então resolve parar de funcionar para olhar a apresentação do circo. Lona montada, todos sentados ansiosos.
Mas, lá no fundo, por baixo das arquibancadas, escondido, choroso, há algo.
Era um menino, em prantos!
“Por que está assim? Venha sorrir conosco!” – Disse o mestre de cerimônias.
E com um olhar tristonho, ele responde!
“Eu já sorri bastante com vocês, mas a cada minuto que passa vocês estão mais distantes da nossa cidade. E nós, precisamos da sua energia.
A energia da lona, as traquinagens do palhaço, faz com que a nossa sofrida vida aqui na nossa cidade vá embora por alguns momentos.
As flores que brotaram com a chegada do mágico logo irão morrer, e nós ficaremos novamente sem cores na nossa cidade.
O calor que os malabaristas trouxeram com o fogo irá se dissipar em nuvens logo.
E eu? Bom, irei me recolher ao meu leito do hospital novamente, e verei a vida passar, e não os verei novamente. Eu fugi de lá quando soube que o circo estaria aqui. Tenho o sonho de fazer as pessoas sorrirem, mas como? Se eu mesmo não consigo sorrir!”
E o mestre de cerimônias com os olhos em lágrimas, mas com o sorriso estampado no rosto, responde.
“Então, você conseguiu me fazer sorrir. Tenho certeza que fará muitas pessoas ainda sorrirem. Se conseguiste encontrar forças para levantar da cama do hospital e vir atrás de nós, é porque tens força para fazer o que quiser. Transforme toda essa força em dedicação e irás ficar melhor, e com a sua melhora irás fazer muitas outras pessoas sorrirem.
E se por acaso não nos vermos mais, leva contigo o que irei te falar agora.
O circo, a alegria e a energia da lona, sempre estão com todos nós. Basta procurarmos aquela coisinha lá no fundo do nosso peito, aquela chamada felicidade, pois é isso que o circo representa.”
O menino deu um abraço apertado no mestre de cerimônias e correu no sentido contrário do circo, como se fosse em direção a algum lugar.
Assustado, o mestre de cerimônias levanta e vai atrás do garoto. E se dá conta de que o menino desaparecera.
Ao amanhecer, antes do circo partir, o mestre de cerimônias vai até a casa de saúde da cidade para procurar o menino, ele queria presenteá-lo.
Ao chegar recebeu o seguinte bilhete do pai do menino.
“Obrigado por me fazer acreditar! Onde estou agora não mais irei chorar, não mais sentirei dores, apenas alegrias e aquela coisinha que ficou no meu peito escondida por tempos, mas que ao ver o circo descobri que ela existia de verdade, a tal da Felicidade. Papai e mamãe estão felizes, eu não choro mais e eles também não. Continue espalhando o circo pelo mundo, pois assim como eu precisei, muitas crianças, adultos e velhinhos, também precisarão. Viva o circo!

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