Ontem chegou a minha máquina de escrever.
Acreditam?
É verdade! Cometi esse ato insano de comprar uma.
E ontem, lá pras tantas do fim da tarde, já perto do sol se pôr, realizei um desejo que tinha.
Fui até a beira do mar, sentei-me e comecei a digitar.
Os sons das ondas do mar, os sons das teclas a clicar, aquele sino do retorno do papel...
Pessoas passavam...
Pessoas paravam...
Pessoas olhavam...
Conforme o sol ia descendo, mais gente ia juntando.
Mais teclas eu ia apertando.
Uma pessoa chegou perto de mim e me perguntou o que eu estava escrevendo e porque uma máquina de escrever.
Fiquei surpreso ao ver que se tratava de uma senhora de idade beirando lá os seus noventa e tantos anos.
Ri da pergunta e respondi com outra pergunta que a fez parar e apenas observar o tempo passar.
"Porque não?"
Educadamente ainda respondi que estava escrevendo pensamentos.
Ela apenas sorriu e parou para escutar.
As pessoas pareciam hipnotizadas com aquele aparelho "novo" que eu estava portando.
Alguns jovens ficavam abismados querendo saber do que se tratava.
E o novo para eles tão velho para aquela senhora em tão pouco tempo se tornara algo corriqueiro para mim.
Mas o som...Ah! Aquele som! Insubstituível.
Enquanto eu digitava sem ter noção do que eu escrevia, mais gente juntava.
O sol terminou o seu espetáculo, o mar pareceu se acalmar de repente pois as ondas deixaram de ser ondas e tornaram-se aquelas marolas silenciosas, as pessoas foram embora...
E eu?
Bom, eu parei de digitar.
Quis escutar o silêncio e ler o que eu havia escrito.
Curiosos?
Pois não, replico o que estava naquela folha.
"Amo o som da vida! Obrigado por me escutar também!"
Pouco? Se não tivesse repetido por cem vezes a mesma frase, também acharia!
Viva, ouça, agradeça!
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PAPOS E SUPAPOS
Mi Papos y Su papos!
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Haha escrever mesmo que uma mesma frase mil vezes com o mar de fundo é mágico. Gostaria de escrever em uma máquina de escrever, deve ser legal!
ResponderExcluirBeijos!