sábado, 2 de maio de 2009

Aquela tarde. (Trecho de Memórias)

Pareceram-me eterno aqueles nossos poucos minutos de fuga em meio aquela ensolarada tarde.
Apenas ao olhar-te com aqueles decotes maliciosos é que me surgiu a idéia do sequestro, da fuga. Até sentia nos seus decotes e nos seus olhares a vontade de ser roubada antes do seu compromisso.
Assim o fiz, levei-a para um daqueles lugares onde não se deve ir. Mas não pude resistir, e quando percebi, lá estávamos nós.
Seus decotes faziam parte do passado já, e em meio a nossa inocência nossas roupas se espalhavam no ambiente.
Nem claro, nem escuro, cortinas fechadas para evitar que alguém pudesse notar a nossa presença, e sem mais demoras, estávamos ardendo em chamas.
Palavras eram gemidas em nossos pensamentos e ditas em silencio em nossos ouvidos. Compreendiámos-nos com olhares e toques. Nem bem sabíamos o que estávamos fazendo, mas estávamos lá, nos desvendando.
Seu cheiro expelia vontades e desejos, e eu, poderia o sentir a quilômetros de distância, mas nem precisara me esforçar tanto, pois você estava ali, inteira ao meu alcance.
Minhas mãos deslizavam sobre a tua pele, macia, quente. Segurava na tua nuca querendo te dizer o tamanho daquele momento para mim, mas não havia tempo para isso.
Suas mãos me buscavam e me levavam a maior intimidade que já havíamos tido.
Por alguns minutos nossos dedos se entrelaçaram e não se soltaram, nossas mãos seguiam juntas para onde quisessem ir, e tive a sensação de que éramos apenas um.
Senti toda a tua inocência ao te abraçar, tive a certeza da pureza dos nossos sentimentos quando nos olhávamos e descobríamos cada sensação nova juntos.
O tempo passara devagar e rápido ao mesmo tempo, parecia que até ele se empolgara conosco, até ele entrelaçara as mãos junto às nossas para aproveitar de tamanho momento sublime.
Aquele ambiente deixara de existir fisicamente para nós, estávamos em outro plano, superior ou inferior, não importa, mas estávamos perdidos em nossas riquezas de sentimentos.
E quando senti a água tocar nosso momento, olhei nos seus olhos, ardiam em chamas, lacrimejavam, assim como os meus, ambos acreditávamos que aquele era o ápice da tarde.
Amávamo-nos sem pudor.
Por fim, deixamos nossos segredos, desejos, sentimentos, nossa tarde desvairada para trás. Saímos de lá como se nada tivesse acontecido, mas com um ar de que nada nos faria esquecer aquele momento.
Deixei-te no local do teu compromisso e fui de encontro aos meus. Friamente nos despedimos. Era de certo um disfarce a quem nos observava, pois nossos olhos brilhavam a vontade de esquecer o lugar que estávamos e nos entregar novamente a luxúria.
Um beijo, um até breve, um sorriso no canto do rosto, e o sussurro apaixonado no ouvido.
"Até breve então amor meu!"

4 comentários:

  1. 'Palavras eram gemidas em nossos pensamentos e ditas em silencio em nossos ouvidos'


    adoro esse seu jeito de falar de amor.
    =)

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  2. Amo viver com você.
    A cada novo dia meu amor amanhece mais forte.

    'Nosso amor tem que ser assim,
    Algo esperto.
    Entre a malícia do prazer,
    E a inocência do carinho!'

    Te Amo. :)

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  3. Incrivel como me deparo admirando sempre suas palavras.. Te adoro RARO!

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  4. muito lindo o que você escreveu!
    fico feliz com sua felicidade. =D
    não sabia que você tinha blog,vou estar sempre
    por aqui.
    ^^
    como você esta?!?!?
    beijos.

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